Agricultores reclamam apoios

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Ter, 14/02/2006 - 15:59


A Confederação de Agricultores de Portugal (CAP) reuniu, em Macedo de Cavaleiros, com os dirigentes de associações do sector agrícola.

Esta reunião, patrocinada pela Federação de Agricultores de Trás-os-Montes ( FATA),contou com a presença do secretário-geral da CAP, Luís Mira, para debater os principais problemas da agricultura, depois de uma auscultação prévia junto de outras associações e dos próprios agricultores.
Temas como a suspensão “temporária” da ajuda denominada “electricidade verde”, que representava uma redução em 40 por cento do valor de energia eléctrica gasta com explorações agrícolas ( ainda está em atraso o pagamento referente ao 4º trimestre de 2004). O mau funcionamento das salas de parcelário, a suspensão das medidas 1 e 2 do programa AGRO, a arquitectura do programa FEDER, foram, igualmente, problemas abordados pelas dezenas de participantes que estiveram na reunião.
Depois do encontro, Luís Mira mostrou-se extremamente preocupado com a seca que assola o território nacional, afirmando mesmo que os níveis de reserva das albufeiras são inferiores aos valores registados no ano anterior. “ Se não chover até Abril o ano agrícola ainda vai ser pior do que o anterior”, acrescentou o responsável.

“Verbas desperdiçadas”

Para atenuar o efeito devastador que um ano de seca causar no tecido empresarial agrícola, Luís Mira defende a adaptação de seguros para cobrirem culturas agrícolas e a definição de um plano que crie reservas estratégicas de água.
Relativamente à seca que se verificou no ano passado, a CAP criticou as posições do Governo, dado que anunciou 435 milhões de euros para ajudar os agricultores a combaterem a perda de produção, mas, na realidade, só tirou dos cofres do Estado 8 milhões, visto que o restante valor é referente às ajudas comunitárias.
A burocracia e a desadequação de algumas medidas à realidade dos empresários agrícolas são, para o secretário- geral da CAP, alguns dos principais problemas com que se debatem os agricultores.
É com esta desadequação à realidade que justifica o facto de no programa RURIS, que foi vigente no II Quadro Comunitário de Apoio, Portugal tenham “perdido” o direito à utilização de 372 milhões de euros.