Ter, 14/03/2006 - 15:22
No centro das reivindicações dos homens da lavoura está a exigência do pagamento dos apoios relativos às candidaturas das agro-ambientais do ano passado, o levantamento das suspensão das medidas 1 e 2 do programa AGRO, a liquidação dos montantes em atraso da electricidade verde, a resolução a curto prazo da isenção de pagamento à Segurança Social e a manutenção da Direcção Regional de Agricultura de Trás-os-Montes (DRTM) em Mirandela.
Durante a marcha lenta entre a Reginorde e a DRATM, os agricultores mostraram o seu descontentamento com a actuação do actual Governo, chegando mesmo a pedir a demissão do ministro da Agricultura, Jaime Silva. “A luta continua, ministro para a rua!”, foram as palavras de ordem proferidas, vezes sem conta, pelos homens da lavoura.
Este protesto, organizado pela Confederação de Agricultores Portugueses (CAP) e pela Federação de Agricultores de Trás-os-Montes e Alto Douro (FATA), foi considerada pelo secretário-geral da CAP, Luís Mira, como a maior manifestação do sector agrícola em Trás-os-Montes, desde a adesão de Portugal à União Europeia.
Com um cartaz a exigir um ministro que defenda a agricultura a encabeçar o protesto, a chuva que caiu na cidade de Mirandela não conseguiu desmobilizar os agricultores, que levaram o protesto até ao fim.
“DRATM em Mirandela”
A esta luta também se juntou a Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino, que, exibindo dois burros mirandeses, alertava para o risco em que se encontra aquela espécie sem os apoios do Governo.
A marcha lenta terminou em frente à DRATM, onde os agricultores de Armamar distribuíram dezenas de sacos de maçãs que não conseguiram comercializar devido ao baixo calibre atingido pela fruta.
Na voz das associações de agricultores, fizeram-se ouvir os principais problemas sentidos diariamente pelos agricultores, que não têm visto o seu trabalho reconhecido.
Os representantes dos homens da lavoura fizeram saber que o dinheiro que o Ministério da Agricultura deve aos agricultores foi concedido pela União Europeia através de fundos comunitários. Por isso não aceitam a justificação do Governo para a falta de pagamento dos apoios a quem trabalha a terra para sobreviver.
A manifestação terminou com a entrega de um manifesto, assinado por cerca de 40 associações, ao director regional de Agricultura, Carlos Guerra, onde constam as reivindicações dos homens da lavoura.
O responsável garantiu que vai fazer chegar as exigências dos agricultores ao Poder Central, para ver se é possível haver inflexão em relação a algumas matérias.