Aerocondor aposta em Bragança

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Ter, 05/09/2006 - 14:28


A Aerocondor renovou a concessão da carreira aérea Bragança-Vila Real-Lisboa por mais três anos. O novo contrato de exploração comercial entrou em vigor na passada sexta-feira e leva a empresa aeronáutica a apostar na aquisição de um novo avião para operar nesta rota.

Após ter ganho o concurso à empresa Omni, há 3 anos, a Aerocondor foi a única candidata ao novo concurso público lançado pelo Estado, que concede um subsídio para cobrir o défice da exploração.
Segundo o director comercial da Aerocondor, Fernando Lopes, o montante assegurado pelo Governo tem vindo a diminuir ano após ano, visto que a taxa de ocupação tem registado aumentos significativos.
“Quando começámos a fazer esta rota a taxa de ocupação rondava os 40 por cento. Neste momento, já ultrapassa os 70 por cento”, sublinhou o responsável.
Apesar do aumento do número de ocupantes justificar a aquisição de um avião com um maior número de lugares, Fernando Lopes explica que o aeródromo de Vila Real não permite a aterragem de uma aeronave de maiores dimensões.
Por isso, a empresa pretende adquirir um Dornier 228-212 que irá substituir a actual aeronave. Trata-se de um aparelho com a mesma capacidade, mas mais moderno, o que melhorará o conforto dos passageiros.

Condições limitadas em Vila Real

“O novo avião será ligeiramente mais confortável, apesar do problema da sonorização ser característico deste tipo de aeronaves”, salientou Fernando Lopes.
Dado que Vila Real representa 60 por cento dos passageiros que utilizam esta linha, a Aerocondor vê-se obrigada a adaptar o equipamento às condições do aeródromo da capital de distrito transmontana.
As dificuldades encontradas para operar nesta rota são mesmo apontadas pelo director comercial para justificar o facto de não se terem apresentado mais empresas a concurso.
Além disso, o responsável também reconhece que, actualmente, a Aerocondor é a única empresa portuguesa com equipamento que possibilita a aterragem em Vila Real.
A par da aquisição da nova aeronave, a empresa também pretende atrair um maior número de passageiros, nomeadamente na vizinha Espanha.
“A ideia é fazer com que os espanhóis que residem na zona de Zamora procurem o aeródromo de Bragança para fazerem viagens nacionais e internacionais, em vez de se deslocarem a Valladolid”, acrescentou Fernando Lopes.
Tornar esta linha aérea auto-suficiente é, igualmente, um dos objectivos da Aerocondor, visto que a dependência do subsídio do Estado se traduz num esforço financeiro para a empresa, devido aos prazos estabelecidos para os pagamentos.