Académico de Bragança um clube com história e tradição

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Qua, 01/06/2022 - 11:21


O Clube Académico de Bragança movimenta mais de 400 atletas em 16 modalidades. Paulo Gonçalves é presidente da direcção há oito anos.

A 8 de Dezembro de 1968 era fundado o Clube Académico de Bragança (CAB). A colectividade ganhou raízes, espaço em várias modalidades, com maior relevo no hóquei em patins e voleibol.

Actualmente, é o clube mais ecléctico do distrito de Bragança, pois tem uma oferta desportiva variada, 16 modalidades, e mais de 400 atletas. Há cerca de dois anos o número rondava os 500, mas a covid-19, tal como nos restantes clubes, teve um impacto negativo. “Houve uma perda significativa de atletas. Algumas modalidades sofreram mais que outras. Outras modalidades aumentaram o número de atletas, é o caso do ténis. Mas, a patinagem artística e o hóquei em patins foram as modalidades que mais perderam atletas”, disse Paulo Gonçalves, presidente do CAB.

Apesar das dificuldades que a pandemia impôs, o tempo é de olhar para o futuro e continuar a realizar o trabalho de promoção e desenvolvimento da prática desportiva de um clube com 54 anos e de muita história. No Académico a dedicação de directores, funcionários, treinadores e atletas é fora do comum. Todos são uma família, no verdadeiro sentido da palavra, para manter a dinâmica diária. “Temos elementos, por exemplo na direcção, excepcionais, que na parte pandémica fizeram um trabalho enorme. Depois temos treinadores que encaram isto como sendo a vida deles nas diferentes modalidades. Temos funcionários excepcionais. Só assim é que se consegue organizar e ter as coisas minimamente estruturadas. Felizmente, temos pessoas que sabem bem as suas funções e desempenham-nas com muito profissionalismo”, destacou Paulo Gonçalves.

E o Clube Académico de Bragança é exemplo raro de colectividades com património próprio. O CAB tem um pavilhão, um edifício sede com bar e uma zona desportiva com piscinas e campo de voleibol de praia. O presidente não tem dúvidas que tudo isto se deve à “visão estratégica” dos seus antecessores. “Eu costumo dizer que os antigos presidentes oram uns visionários e às vezes não lhes é reconhecida essa situação. Não é fácil ter um espaço destes dentro de uma cidade e de certeza que não foi fácil ter este espaço. É claro que isto depois acarreta outro tipo de situações, os custos de manutenção que são elevados”.

E é a rentabilização do espaço das piscinas que ajuda “a equilibrar as finanças do clube”, pois é “uma fonte de receitas” a somar às mensalidades pagas pelos atletas, “que não cobrem as despesas”, e alguns patrocínios.

Em projecto continua o novo pavilhão do CAB e não deverá sair do papel, pois não foi preenchido o concurso público realizado em 2019 para a adjudicação da obra. O mesmo aconteceu com o “plano B”, ou seja a requalificação do pavilhão existente. “A requalificação implicava o aumento de quatro metros de largura e cerca de 20 de comprimento. Houve uma escalada de preços que neste vai e vem do processo burocrático ficou vazio. A proposta mais baixa rondava os 580 mil euros. Voltamos a reunir com a autarquia, fizemos uma assembleia geral em Janeiro de 2020 e depois de tudo somado os apoios que tínhamos não eram suficientes”, contou.

A solução passava por um empréstimo bancário que acabou por não se concretizar devido à pandemia. “Estamos a falar em Janeiro de 2020. Sabe o que aconteceu em Março de 2020? Dia 13 de Março todo o país entrou em confinamento e foi uma machadada na nossa situação”.

Entretanto, o clube também já afastou a possibilidade da requalificação e pensa apenas em pequenas intervenções, como a mudança do piso do pavilhão. “Temos que ser realistas e ter a noção que não podemos dar um passo maior que a perna porque podemos hipotecar o futuro do clube. E nesse sentido o projecto inicialmente como o idealizávamos não tem viabilidade económica”.

A sustentabilidade do clube é a grande preocupação de Paulo Gonçalves. Um clube com história e de grandes referências como Pedro Rodrigues, Fernando Sequeira e Ricardo Figueira, no caso do Hóquei em Patins. Também os mais novos começam a trilhar o seu percurso, exemplo disso é a atleta Ana Fernandes que integra a selecção de talentos da Federação de Patinagem de Portugal.

Paulo Gonçalves lidera o CAB há oito anos, mas já soma 13 anos de académico depois de ter integrado antigas direcções. Em 2023 o clube vai a votos mas o presidente ainda não sabe se avança ou não para a recandidatura.

 

Jornalista: 
Susana Madureira