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Acabar com elas, antes que acabem com as pernas

Ter, 04/07/2006 - 15:56


Apesar das sofisticadas técnicas de diagnóstico e dos resultados positivos do tratamento das varizes, ainda há mulheres que recorrem a um especialista quando as lesões estão já em fase avançada.

Prevenir é a palavra de ordem, especialmente quando a hereditariedade dita a forte tendência para o desenvolvimento da doença venosa.
“Cerca de 1/3 da população do mundo ocidental sofre de doença venosa crónica nas suas diversas fases», diz o cirurgião vascular e director do Instituto de Recuperação Vascular (IRV) Eduardo Serra Brandão, adiantando que “segundo estudos realizados em 2001, em Portugal, dois milhões de mulheres sofrem de varizes”.
O número é demasiado elevado, tendo em conta que é possível prevenir e travar o avanço das varizes, caso estas sejam diagnosticadas atempadamente, e caso se inicie desde logo uma terapêutica adequada, no sentido de atrasar o aparecimento da doença.
A hereditariedade, a idade, a obesidade e o clima hormonal são alguns dos factores de risco que fazem das mulheres o alvo preferido das varizes.

Idade agrava problema

“O principal factor de risco é a idade. As varizes vão agravando ao ritmo do envelhecimento, o que não significa que uma pessoa jovem não as possa ter também”.
A hereditariedade tem também um peso muito elevado, como tal, todas as mulheres que tenham historial familiar de varizes devem ter um cuidado redobrado no que diz respeito a prevenção.
“A obesidade, mais frequente nas mulheres, a partir de uma certa idade, é outro aspecto que influencia o desenvolvimento da doença, bem como as condições hormonais» explica Serra Brandão.
Da puberdade à menopausa, as mulheres passam por várias etapas marcadas por autênticas revoluções hormonais. É precisamente nessas fases que ficam mais susceptíveis ao desenvolvimento de varizes.
A terapêutica anticoncepcional hormonal é mais um factor relevante. Não só a pílula, como todos os outros métodos hormonais (adesivo transdérmico, anel vaginal, implante) estão contra indicados em mulheres cuja tendência hereditária é por si só bastante pesada ou que tenham sofrido vários episódios de trombose venosa profunda.

Evitar exposição ao sol

A exposição ao calor nas suas diversas formas é também um factor de risco apontado pelo cirurgião vascular: “Especialmente nas mulheres que fazem depilação com cera quente, ou que gostam de apanhar banhos de sol durante longas horas”.
Ainda segundo Serra Brandão, a gravidez é o período de maior risco. “Se não aparecerem na primeira gestação, as varizes poderão aparecer na segunda, sempre com tendência para agravar nas gravidezes seguintes”.
Quanto ao consumo de álcool ou de tabaco, parece não haver uma influência no desenvolvimento da doença venosa. A não ser, como esclarece o especialista, “em estádios mais avançados da doença, em que já se verificam grandes alterações cutâneas na perna e em que há falta de oxigenação. Se for fumador, o doente compromete ainda mais esta falta de oxigenação. O sangue que chega à perna tem menos oxigénio do que o de um não fumador”.