Ter, 31/10/2006 - 16:08
Pelo terceiro ano consecutivo, o artista representou Bragança e Portugal num certame onde participaram 150 artistas oriundos de 15 países europeus e americanos.
Na mala João Simões levou livros sobre Bragança e trouxe um volume sobre aa exposição de Ismael Blat, que o alcalde de La Alberca quis dedicar ao autarca bragançano, Jorge Nunes.
“Em termos de pintura, La Alberca é, actualmente, um dos locais mais fortes da Península Ibérica, pois o Encontro Internacional dura uma semana, com a participação de pintores de renome”, salienta o artista.
Os primeiros dias do certame destinam-se aos alunos de Belas Artes dos diversos países representados, o que leva João Simões a criticar o Estado português. “Este ano não houve um único aluno português de Belas Artes a participar, o que revela o desinteresse do nosso País pelas questões culturais”, lamenta o pintor.
Em termos de política cultural, o artista diz que a Cultura é sempre o parente pobre dos orçamentos camarários
Após três anos de participação em La Alberca, a convite do Ayuntamiento de La Alberca, João Simões diz encontrar uma receptividade bem diferente da parte das entidades espanholas. “Sou um criador que tem demonstrado estar disponível para o que for preciso e que só pede respeito, mas nem sempre sou tratado como tal”, queixa-se.
Simbolista, mas com largo estilo impressionista no currículo, o artista sofre na pele os altos e baixos duma vida de 40 anos dedicados à tela e ao pincel. “Há meses em que pinto três quadros em dois dias e alturas em que apenas pinto três quadros em três meses”, recorda.
Em termos de política cultural, João Simões diz que a Cultura é sempre o parente pobre dos orçamentos camarários. “Tudo depende do sítio e, muitas vezes, são os municípios mais pequenos que apostam mais em exposições e na edição dos respectivos catálogos”, salienta.
De qualquer forma, diz não estar à espera de subsídios para sobreviver no mundo das artes. “Sou artista e, para já, pedinte ainda não sou”, afirma com uma ponta de ironia.