2006

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Ter, 03/01/2006 - 16:37


2006 acaba de bater à porta e os desejos para este novo ano são os mesmos de sempre.

De “reveillon” em “reveillon”, há obras que continuam a faltar à festa, porque parece que o fogo de artifício teima em ser lançado a vários quilómetros de distância. Alguns foguetes caem cada vez mais perto, é certo, mais ainda longe para desencravar este Nordeste Transmontano. Que o digam as gentes de Vila Pouca de Aguiar e Ribeira de Pena, que este ano abriram champanhe e comeram passas de uva para festejar a chegada da A7, que num ápice os liga a Guimarães ou Braga. Por cá, também se comem muitas passas, só que continuam a ser do Algarve…
Passa mais um ano sem que vias fundamentais para a coesão do distrito conheçam desenvolvimentos significativos. Que está em projecto ou em estudo prévio já se sabe, mas onde estão a ser montados estaleiros capazes de avançar com as empreitadas do IP2 e do IC5 duma vez por todas?
Chega, até, a ser enfadonho, falar nestes sonhos todos os anos. Sonhos, sim, porque realidade é que não são, seguramente. Mas, também é este o papel da Imprensa Regional, o de lembrar os anseios e aspirações duma região a quem compete decidir.
Quem percorre o distrito de lés a lés sabe que são estas as principais carências do Nordeste Transmontano. E, se muitas vezes se diz que um dos grandes caminhos do distrito de Bragança é o turismo, é preciso que todos se lembrem que, sem vias de acesso, esse futuro promissor continuará adiado.
Para que o turismo se imponha são precisas vias de comunicação que garantam deslocações rápidas a Trás-os-Montes. Enquanto as viagens até ao Nordeste Transmontano consumirem metade do fim-de-semana, dificilmente os turistas escolherão este destino para “uma escapadinha de dois ou três dias”.
Espera-se, por isso, que 2006 seja um ano de avanço ao nível da rodovia da região, não só no distrito de Bragança, como no da Guarda ou Vila Real. É que ser obrigado a percorrer um IP4 cada vez mais ultrapassado para rumar ao Porto ou continuar a viajar entre Vale Benfeito e Celorico da Beira a desesperar pela chegada da auto-estrada até Lisboa já não é (pelo menos não deveria ser) para os dias de hoje.