13 não é número de azar

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Ter, 26/09/2006 - 16:42


À frente “dos destinos” da Junta de Freguesia de Gostei (JFG) há cerca de 13 anos, Carolina Fernandes ingressou activamente na política desde que se aposentou. “Foi uma forma de ocupar o meu tempo, enquanto ajudo e convivo”, sublinhou a autarca.

Com raízes naquela freguesia, a responsável trabalhou e viveu durante muitos anos em Lisboa, cidade que abandonou para regressar “às raízes”. Desde então, trata dos assuntos da JFG e presta auxílio a todos os habitantes daquela localidade.
A sua entrada na vida autárquica foi bastante apoiada pelos familiares e amigos mais próximos que sempre participaram, de algum modo, na democracia da localidade. “Foram os primeiros a incentivar-me”, recordou Carolina Fernandes, assim como a população que a elegeu pelo quarto mandato consecutivo.
Apesar de ser uma das poucas mulheres com este tipo de funções na região, a responsável salienta que nunca sentiu rejeição ou discriminação por parte dos restantes autarcas do concelho. “Sempre trabalhei muito e as minhas opiniões são ouvidas e consideradas”, refere Carolina Fernandes, acrescentando que, já fez “muitos amigos neste mundo da política”.
Na óptica da autarca, o facto de ser mulher pode ser vantajoso, uma vez que pode servir-se da sensibilidade feminina para compreender melhor as dificuldades da população. “Os homens desempenham este papel da mesma maneira que nós, mas as mulheres são mais sensíveis e, por isso, estão atentas a qualquer problema que surja”, opinou a presidente da JFG.
Talvez por isso, a par das obras que tenta concretizar com os recursos escassos de que dispõe, Carolina Fernandes aposta na resolução das carências sociais dos seus conterrâneos. “Tenho sempre a porta aberta e vou, se for necessário, a casa dos cidadãos resolver problemas”, salientou.

Defesa do Interior

Carolina Fernandes não deixa de lamentar a falta de oportunidades que se verifica no interior do País, lacuna que incentiva a “fuga” dos mais novos para o litoral.
“Temos bastantes jovens, dos quais nos orgulhamos, mas tenho pena que sejam obrigados a procurar melhores condições em meios maiores”, lamentou a autarca. Contudo, defende que a qualidade de vida e companheirismo que se verifica na região transmontana é difícil de encontrar nos grandes centros. “Lá em baixo ninguém liga aos outros, enquanto que aqui tudo se partilha”, sustenta a responsável. Deste modo, como presidente da JFG, trabalha pela união dos habitantes de Gostei. “Somos todos como uma grande família, com atritos, mas quando surge um problema, ajudamo-nos mutuamente”, reforça a autarca.
Apesar do número de habitantes se ter mantido ao longo dos anos, a responsável denuncia que há casos de pobreza na região, particularmente entre os mais velhos. A par das reduzidas reformas, a agricultura já não é rentável e não se conseguem escoar os produtos, que sofrem a concorrência das grandes superfícies.