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CANCRO DO PÂNCREAS

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Apesar dos enormes avanços no conhecimento e prática da medicina o cancro continua a ser causa de grande sofrimento e, infelizmente, morte. De todos, o mais letal é o do pâncreas que, ceifando vidas, diariamente, levou, esta semana, alguém muito próximo. Esta semana também, entrou, finalmente, em funcionamento pleno o Centro Botton-Champalimaud dedicado ao Cancro do Pâncreas. Finalmente porque, estando totalmente pronto e equipado, há já largos meses, só agora foi possível ultrapassar as várias e recorrentes barreiras burocráticas que foram surgindo ao longo do processo e de que a própria Presidente da Fundação, justamente se queixou, publicamente, por ocasião da apresentação do Prémio Champalimaud da Visão. Ainda neste mês de outubro, entre 16 e 18, irá realizar-se, na antiga Doca de Pedrouços, um simpósio dedicado à apresentação e divulgação de trabalhos de investigação científica relacionados com a “ecologia” do cancro; terminando, de 23 a 26, com a Conferência Internacional do Cancro do Pâncreas que contará com a presença dos mais conhecidos e reputados médicos e investigadores a nível mundial, entre as centenas de par- ticipantes. Com a entrada em velocidade de cruzeiro do Centro Wurth de Investigação e Esperança em Cancro do Pâncreas, começa a operar uma infraestrutura inovadora e única, a nível mundial, reunindo num único lugar o que de melhor se sabe, investiga e trata nesta temática. De assinalar que esta iniciativa, baseando-se na infraestrutura já existente em Algés, contou com a participação e financiamento internacional dos casais Maurício e Charlotte Botton, para a infraestrutura e de Carmen e Reinhold Wurth para a Investigação. Uma novíssima e revolucionária unidade de tratamento de células, integrada no mesmo complexo que permitirá o uso seguro de novíssimas técnicas recorrendo a células do próprio doente, fortalecidas, em alternativas às tradicionais e invasivas quimio e radioterapia de tratamento e combate aos tumores cancerígenos, está prestes a entrar em funcionamento logo que sejam, mais uma vez, cumpridos todos os requisitos legais e ultrapassadas todas as muitas e demoradas exigências burocráticas. Muito a propósito, o Centro de Ciência Viva de Bragança (CCVB) vai dedicar o próximo ano à promoção e divulgação da investigação e tratamento do cancro, na sociedade civil, com especial incidência nas escolas do distrito com especial incidência nos concelhos da CIMTT. Está já em preparação uma parceria entre o CCVB e a Fundação Champalimaud para a integração e colaboração de alguns dos melhores investigadores nas várias iniciativas já em curso. Estou certo que serão encontrados, junto das autarquias e outras instituições locais e regionais os necessários apoios para este interessante e meritório projeto.

José Mário Leite