Contrariamente à guerra da Ucrânia que, como é público e notório, foi desencadeada pelo desapiedado Putin que, protegido e envolto nas maiores comodidades e mordomias, em Moscovo ou noutras paragens que só ele conhecerá, decidiu invadir um país livre e soberano, onde continua a cometer as maiores atrocidades, o conflito israelo-palestino tem provocado manifestações um pouco por todo o mundo livre, com significativo impacto mediático, ainda que pouco concorridas. Conflito este que começou, como se sabe, em 7 de Outubro de 2023, no sul de Israel, com o massacre de mais de 1.200 judeus, homens mulheres e crianças, desarmados e inocentes e a simultânea constituição de duas centenas de reféns. Ainda assim, para melhor compreensão deste conflito convém lembrar, ainda que resumidamente, que a ONU decidiu, em 14 de Maio de 1948, repartir o histórico território da Palestina por duas nações, Israel e Palestina, designadamente, data em que também foi formalmente instituído o moderno estado de Israel. Entendeu a ONU que seria essa a forma mais justa e apropriada para por termo ao longo martírio do povo judeu que durante séculos foi perseguido e massacrado, especialmente de forma massiva e particularmente cruel, nos campos de extermínio nazis da II Guerra Mundial. Judeus que já haviam sido vítimas de outros martírios como os promovidos pela Inquisição, em Espanha e Portugal, ou os chamados “pogrom” que varreram o sul da Rússia, entre 1881 e 1884, e que provocaram e emigração massiva dos perseguidos. Acontecimentos terríveis de uma desumanidade inaudita que levaram alguém mais autorizado do que eu, a dizer que a “história do povo judeu é a melhor prova da existência de Deus”. Acontece, porém, que enquanto o estado de Israel, por sua iniciativa, de pronto se estabeleceu e afirmou com o sucesso político, social, económico e científico que se conhece, o potencial estado palestino marcou passo, sobretudo por inabilidade dos seus chefes. Nem mesmo quando os territórios de Gaza, da Judeia e da Samaria estiveram, por mais de 20 anos, tutelados pelo Egipto e pela Jordânia, altura em que os palestinos, vindos de outras paragens, ali se foram fixando, o agora tão badalado Estado Palestiniano se consumou, só porque palestinos e outros árabes, optaram por desencadear, sem o sucesso pretendido, inúmeros conflitos armados contra Israel. Assim se compreende porque não será fácil criar, agora, dois estados em território tão exíguo, tão dividido e face ao fanatismo de certas fações ismaeli- tas, sem esquecer, claro está, o latente criptojudaísmo. Melhor seria, quanto a mim, que a comunidade internacional pugnasse por um Estado único, democrático, com respeito pelas duas nações, a judaica e a palestina, garantindo a in- dispensável segurança do povo judeu e libertando os palestinianos das garras dos terroristas do Hamas que, com a denunciada conivência da ONU do senhor Guterres, se acoitam em escolas e hospitais. Um bom exemplo, para tanto, poderá ser a União Europeia, porquanto, apesar das grandes guerras do passado, está em processo avançado de se converter num único estado, com respeito integral por todas as nações que a constituem. A paz não se alcança pelas armas, mas pela concórdia.