Ter, 06/02/2007 - 10:17
Contudo, o responsável sublinha que, o PIB per capita não é o único indicador relevante. “Há que ter em conta a melhoria da qualidade de vida nas últimas duas décadas e é notável o que Portugal cresceu desde 1986”, salienta o presidente da CE.
Segundo o responsável, a Europa, desde há dois anos, tem avançado e progredido, “mas não existe esse sentimento e muitas pessoas continuam a utilizar a palavra crise, apesar dos factos contrariarem essa ideia”.
Para Durão Barroso, este conceito ainda permanece na sociedade devido ao crescimento moderado da Europa, face aos seus principais “concorrentes”, como a China, Índia e outras potências.
De forma a fazer frente ao “fraco desempenho económico”, a CE optou por colocar as estratégias do crescimento e emprego à frente de todas as prioridades.
Comissão Europeia vai colocar as estratégias do crescimento e emprego no topo das prioridades
Assim, o presidente da CE defende o reforço do investimento nos recursos humanos e formação profissional que, “aumentam, directamente, a competitividade da economia e o desenvolvimento”. No entanto, refere que é preciso ter em conta a qualidade da aplicação de fundos e não o total dos montantes disponibilizados. “O problema está, muitas vezes, na aplicação e não no seu valor”, justificou Durão Barroso.
O dirigente questiona, mesmo, a forma como muitas verbas são utilizadas. “São usadas em função das necessidades das empresas ou são, muitas vezes, uma forma destas se subsidiarem a si próprias”, lamentou o presidente da CE.
A par desta área, Durão Barroso defendeu que a Europa necessita de uma união política, de forma a “trabalhar” com a globalização. “Os Estados – Membros, mesmo os mais poderosos, não têm capacidade para lidar sozinhos com este fenómeno”, apontou o responsável.
Assim, é urgente a aquisição de uma dimensão europeia, de modo a fazer frente a alterações climáticas, ao terrorismo, a delinear uma política energética coerente e auxiliar países subdesenvolvidos.“É necessária uma Europa unida que apareça com os seus valores, princípios e que ajude à governação global”, apela Durão Barroso.
Alargamento da União Europeia a novos países é positivo para o conjunto de Estados – Membros
O responsável considera que o alargamento da UE para 25 países é um êxito e traz benefícios para todos os sectores. “Uma parte do crescimento que estamos a ter é induzido pela actividade e consumo progressivo dos novos Estados Membros”, revela o responsável.
O presidente da CE referiu que o problema não está na abertura da UE, uma vez que “os alargamentos sempre foram factores de aprofundamento e consolidação”, mas na falta de um acordo institucional.
Assim, o adequado seria, antes de qualquer adesão, encontrar um novo quadro institucional, já que “não se podem fazer estratégias futuras com ferramentas do passado”, considerou. Ou seja, “seria um erro adiar este alargamento a países que estão a ter um sucesso notável e cujo PIB já ultrapassou o de Portugal, em pouco tempo”, sustenta Durão Barroso.