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Violência doméstica na mira

Ter, 30/01/2007 - 17:41


Os profissionais de saúde de Bragança estão, desde a passada quarta-feira, mais sensibilizados para os sinais de violência doméstica manifestados pelos utentes.

Para isso, médicos, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos participaram, durante três dias, numa acção de formação promovida pela Sub-Região de Saúde de Bragança (SRSB) em colaboração com a responsável pelo projecto INOVAR e presidente do Clube Soroptimist do Porto, Teresa Rosmaninho.
O objectivo deste programa é sensibilizar os clínicos para estarem mais aptos a detectar qualquer sinal de violência doméstica. Estes profissionais são, na óptica da coordenadora da SRSB, Berta Nunes, “os que conhecem melhor os seus doentes e podem, por isso, aperceber-se mais facilmente dos indícios”. Uma vez que as agressões físicas ou psicológicas se prolongam durante bastante tempo, o médico de família está mais capacitado para aconselhar o seu utente. “São, na maior parte das vezes, situações continuadas, pelo que estes profissionais conhecem os indícios”, alertou a responsável.
Para isso, os clínicos têm que efectuar uma escuta activa, de modo a “descortinar o que está por detrás do que o utente conta”, esclareceu a psicóloga Teresa Rosmaninho.

Psicóloga considera que a linha telefónica de apoio à vítima pode fazer a diferença “entre a vida e a morte”

O programa de formação vai prolongar-se durante todo o ano e contempla uma acção prática, onde a troca de experiências e conhecimentos é essencial. “Com este projecto, os formandos vão saber o que devem fazer e como aconselhar as vítimas de violência”, revelou Berta Nunes.
Já a responsável pelo projecto INOVAR alertou para o facto de muitos profissionais ainda não terem certezas acerca do melhor encaminhamento a dar a mulheres que sofrem agressões. “Sabem que, quando se trata de crianças devem denunciar, mas nestes casos, como são maiores de idade e companheiras dos infractores, não estão seguros da decisão a tomar”, sublinhou Teresa Rosmaninho.
Além da acção de formação, este programa vai disponibilizar material elucidativo, como folhetos, nos diversos equipamentos de saúde de Bragança. “Os profissionais vão prestar informação de forma individual e discreta”, revelou a responsável.
À disposição de todas as vítimas está, ainda, a linha telefónica 800 202 148 que assegura a confidencialidade dos agredidos. “Este recurso pode significar uma ajuda para muita gente e poderá fazer a diferença entre a vida e a morte”, asseverou Teresa Rosmaninho.
Recorde-se que o Governo Civil de Bragança disponibilizou, há cerca de três meses, o Núcleo de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica e uma linha telefónica que garante aconselhamento anónimo e confidencial. Este equipamento pretende actuar na fase inicial e não quando as situações atingem comportamentos extremos.
No distrito de Bragança, 82 por cento das vítimas de violência são mulheres e registam-se, anualmente, cerca de 1000 casos.