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20 anos a escavar na região

Ter, 05/12/2006 - 14:56


O Projecto Arqueológico da Região de Moncorvo (PARM) festejou, no passado sábado, mais de duas décadas de existência, uma “vida” dedicada à defesa e estudo do património da região.

O PARM nasceu em 1983 e dedica-se à preservação e divulgação do património histórico, etnográfico e arqueológico do concelho.
Os seus membros, que trabalham em parceria com diversas entidades, já desenvolveram vários trabalhos que resultaram na descoberta e identificação de um alargado conjunto de objectos históricos.
Apesar de todo os esforços levados a cabo por estes técnicos, o presidente do PARM, António Carvalho, sublinha que gostaria de ver o património regional mais bem conservado. Esta situação, segundo o responsável, está directamente relacionada com a crescente desertificação do concelho, pelo que “se deveria apostar em acções que levassem à fixação de jovens no Interior do País”.
A par das alterações demográficas, o processo que envolve qualquer iniciativa de recuperação de um imóvel é rodeada a diversas complicações burocráticas o que, na óptica de António Carvalho, dificulta qualquer acção de preservação. “É um processo moroso e demasiado burocrático, pelo que se deveria facilitar o acesso a financiamentos dirigidos a esta área”, sustentou o presidente do PARM.
No entanto, parte dos problemas seriam resolvidos se houvesse uma aposta na divulgação dos bens arqueológicos e históricos junto dos potenciais turistas. Este seria, segundo o responsável, um ponto de partida para uma possível dinamização de todo o património da região. “Deveria existir uma conjugação de esforços para publicitar o que temos de melhor, mesmo que não esteja tão preservado como desejaríamos”, salienta.

Estudantes pretendiam elaborar uma Carta Arqueológica do concelho de Moncorvo

Recorde-se que o PARM é uma entidade que começou por estudar, defender e divulgar o património arqueológico e histórico. Posteriormente, focou-se, também, nas tradições e cultura do concelho de Torre de Moncorvo.
A associação resultou do levantamento arqueológico de um grupo de estudantes do curso de História da Faculdade de Letras do Porto, que pretendiam concretizar uma Carta Arqueológica daquela região.
Desde então, efectuaram-se diversos trabalhos nesta área, como a descoberta de pinturas rupestres paleolíticas em Freixo de Espada à Cinta ou inventariação arquivística.
Quanto à etnografia, realizaram-se trabalhos de recolha, especialmente acerca do centro oleiro do Larinho e Felgar.
Mais recentemente, o PARM promove a Partidela da Amêndoa, em Torre de Moncorvo, que reune pessoas de diversas faixas etárias. “Temos verificado uma crescente adesão das camadas mais jovens às tradições locais, o que é importante, pois estamos a incutir-lhes o gosto pelo património”, concluiu António Carvalho.