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“ Balbina Mendes – Margens Douro, Nascente Foz “

Ter, 28/11/2006 - 12:08


A Exposição Itinerante “ Margens Douro, Nascente Foz “ que está a percorrer várias cidades ribeirinhas do Rio Douro, da autoria da Pintora Balbina Mendes, reforça a caminhada de uma transmontana que tudo tem feito para enobrecer e dignificar a cultura, as artes plásticas e a Região que a viu nascer.

Com este trabalho, Balbina Mendes lançou-se, uma vez mais, numa tarefa árdua e hercúlea, mas também aliciante, visto que cumpre mais uma etapa da sua já consolidada carreira de artista. Em rigor, as telas da Pintora vão registando quilómetros de água e terra desde Sória ( Espanha ) até à Foz ( Porto ) através de vivências, cultos, tradições e paisagens.
Balbina Mendes, através das suas pinturas, mostra-nos um mundo que todos os Trasmontanos e Altodurienses bem conhecem. São 900 quilómetros de águas outrora revoltas, ora acalmadas pelas barragens que foram nascendo, que ao invés de separar, cada vez mais unem os dois países e as diversas regiões que, com esta obra, passam a estar perpetuadas em 50 óleos. Os quadros mostram a beleza do Rio Douro e das suas paisagens, mas também a força e a determinação das suas gentes que ao longo dos tempos o foram moldando e amenizando a rudeza das suas paisagens. Mais do que um registo sobre o sentimento de fascínio pelo rio e da profunda sensibilidade pela natureza, demonstrado pela Pintora ao longo do trabalho “ Margens Douro, Nascente Foz “, fruto da sua vivência em meio rural, é também visível a visão apaixonada pelos temas, paisagens, cores, luz e sombras que só os artistas conseguem captar.
A artista é transmontana, nascida em Malhadas, concelho de Miranda do Douro, onde Portugal tem a sua segunda língua oficial, o mirandês. Por tudo isso, é possível perceber o seu diálogo íntimo com o rio e com as suas margens, mas também com a sua história e as suas gentes. Como diria Agostinho Santos in “ Jornal de Notícias “, em 22/12/2001: São imagens que narram emoções profundas de uma mulher que escolheu a pintura para contar e editar o que lhe vai na alma. E as telas abrem-se. O coração também. E a obra lá está apinhada de emoção. É neste contexto que Balbina Mendes se propõe dar-nos a conhecer a sua visão do Rio Douro desde a nascente até à Foz. Um sonho que a artista tornou real, fruto de um longo Estudo e de uma profunda reflexão sobre as Zonas Ribeirinhas do Douro e da sua sensibilidade ímpar para pintar o rio, as margens, as tradições e as suas gentes.
Citando: Miguel Torga in Diário XII: “ O Doiro Sublimado. O prodígio de uma paisagem que deixa de o ser à força de se desmedir. Não é um panorama que os olhos contemplam; é um excesso da natureza. Um universo virginal, como se tivesse acabado de nascer, e já eterno pela harmonia, pela serenidade, pelo silêncio que nem o rio se atreve a quebrar, ora a sumir-se furtivo por detrás dos montes, ora pasmado lá no fundo a reflectir o seu próprio assombro. Um poema geológico. A beleza absoluta. “. Este é também o segredo da Edição que acompanha a Exposição Itinerante, é o segredo de uma viagem pelo espaço, pelo tempo e pela imaginação, em que a artista disse sim ao chamamento de pintar o Douro em pedaços de poesia a óleo, inspirada em Poetas como Miguel Torga e António Machado.
Em síntese, esta exposição “ Margens Douro, Nascente Foz “, é sem dúvida um excelente contributo para sensibilizar o público para a preservação do Douro como Património Natural da Humanidade. Obrigado, Balbina Mendes, por esta iniciativa altamente meritória.