Ter, 21/11/2006 - 10:25
Este ano, o evento ficou marcado pelas preocupações manifestadas pelos autarcas dos dois lados da fronteira em relação à problemática do nuclear.
Durante o encontro transfronteiriço, a criação de “cemitérios” para o armazenamento de lixos nucleares junto à fronteira foi um dos assuntos debatidos, já que Aldeia de Ávila sempre foi, ao longo das últimas duas décadas, um local referenciado pelo governo espanhol.
Preocupados com os avanços e recuos neste processo, os autarcas continuam a dizer “ não” à instalação daquele equipamento, visto que consideram que “as regiões do interior não podem ser constantemente ameadas”, sublinhou o presidente da Câmara de Mogadouro, Moraes Machado.
O autarca de Mogadouro solicitou, ainda, ao alcalde anfitrião toda a informação disponível relativa ao nuclear, já que a região de Salamanca foi seleccionada, há algum tempo, para se realizarem estudos geológicos com vista à instalação do cemitério nuclear.
“Isto não é para criar alarme, mas há a informação de que o governo espanhol constituiu uma comissão de análise para a instalação de resíduos nucleares, pelo que há o receio de que a zona de Aldeia de Ávila conste da lista de locais seleccionados, visto que houve investimento no local,” sustentou Moraes Machado.
Os autarcas relembram que toda aquela região faz parte da área protegida das Arribas do Douro, pelo que deve ficar longe de resíduos nucleares.
Outro dos pontos em debate foi a construção de uma ponte internacional que ligue o concelho de Mogadouro à região de Salamanca, visto que esta passagem constituirá um importante avanço económico para as regiões do interior dos dois países.