Ter, 07/11/2006 - 10:43
Muito metódica na sua exposição, a oradora conjugou a sua eloquência com magníficas paisagens do selvagem mundo nordestino. Um discurso abstracto sobre a dicotomia romantismo / paisagem transmontana, colocando no centro do processo criativo da dimensão romântico-cultural o auditório, que se deparou com a infinita paisagem nordestina. Tal como asseriu a arquitecta “não há olhar inocente sobre a paisagem – o que vemos é outra coisa, que aí não está – só vemos o que nos interessa”. Uma conferência sobre uma educação estética, visando o quadro romântico por detrás os montes, porém sempre subjectiva.
A conferencista passou inúmeros slides com imagens admiráveis do Nordeste selvagem, inóspito, mítico, obscuro, sombrio, de ruínas, agreste, colocando-nos na busca do inacessível, “de um mar de pedras”, quase sempre no Parque Natural de Montesinho.
O encontro romântico com a paisagem transmontana ocorreu em total clima de interacção entre a oradora e o público, o que demonstra a aprendizagem significativa de todos os que mergulharam no espaço diacrónico nordestino.
Em suma, testemunhos românticos sobre um Nordeste infinito que choraram a sublimidade da sua autenticidade.