Ter, 17/10/2006 - 15:50
As pretensões das populações fronteiriças passam por uma ponte rodoviária entre Ventuzelo e Masueco (Espanha).
Aproveitando a abertura da Feira dos Gorazes, em Mogadouro, autarcas de ambos os lados do rio empunharam faixas com palavras de ordem, alertando para a proximidade daquela região com a capital espanhola, no caso da ponte ser construída. “Ponte internacional = 2:30 até Madrid” ou “Nueva via internacional Vitigudiño-Mogadouro-IP4 e Puente. Cuando?”, podia-se ler nos cartazes exibidos à porta do certame.
Segundo o presidente da Associação Entre-Territórios-Ponte, José Vicente, “a revindicação tem vários anos e estará sempre presente em locais que tenham a presença de espanhóis e portugueses, de forma a sensibilizar as pessoas para a necessidade da ligação entre as duas regiões rainas”.
Recorde-se que esta travessia pode, igualmente, servir para a ligação de Salamanca à Galiza, já que o percurso feito por Portugal e mais directo e rápido.
Para já, o assunto ainda não foi debatido pelo governo de Madrid, mas sabe-se que já chegou ao parlamento espanhol. Aliás, os autarcas salamantinos terão sido informados que a construção da travessia “é de grande utilidade para as trocas comerciais entre a região transmontana e Salamanca”.
Acresce que as conversações entre autarcas espanhóis e portugueses sucedem-se, ao ponto de já terem decorrido sete encontros nos últimos dois anos, com vista a debater o assunto.
Exigida maior pressão
Na óptica de Cândido Fernandes, presidente da Junta de Freguesia de Ventuzelo, terá de haver maior pressão do poder político transmontano para convencer o Governo português para a necessidade da ponte. “O actual elenco camarário de Mogadouro chegou, mesmo, a fazer da construção da ponte bandeira política, pelo que tem responsabilidades acrescidas nesta matéria,” relembrou o autarca de freguesia.
Já o presidente da Câmara Municipal de Mogadouro, Moraes Machado, garante que é importante o intercâmbio com Espanha, mas para tal é urgente uma ligação eficaz. “As actuais travessias são feitas pelos paredões de algumas barragens contorcidas no Douro Internacional, o que, por vezes, limita o tráfego de veículos pesados”, lamenta o edil.
Apesar da vontade autárquica, a construção da ponte Ventuzelo-Masueco não faz parte do actual Plano Rodoviário Nacional.
Por isso, a luta vai continuar. “Estas acções visam alertar o poder político português e espanhol para esta necessidade, pois tem sido difícil convencer os dois governos”, reconhece José Vicente.