Ter, 10/10/2006 - 10:50
O projecto, da responsabilidade do Conselho Directivo dos Baldios de Montesinho (CDBM), é comparticipado pela União Europeia, no âmbito da medida do programa Agro - Desenvolvimento Sustentável das Florestas.
Além das acções de florestação, o projecto contemplou a beneficiação e limpeza de caminhos existentes, bem como a reabilitação e abertura de novos aceiros. Na calha está, também, a criação de um parque de merendas, que vai nascer junto à antiga casa florestal de Montesinho.
No decorrer dos trabalhos, o CDBM aproveitou para instalar diversas manilhas para recuperação e conservação da rede viária, limpar e beneficiar dois pontos de água e delimitar parte dos baldios com recurso a GPS e cartografia.
Actualmente, todos os trabalhos estão concluídos, aguardando-se, agora, a reposição das plantas mortas, que deverá arrancar no próximo mês.
Novo projecto aguarda aprovação
Enquanto isso, o Conselho dos Baldios já apresentou um novo projecto de florestação no IFADAP, que prevê um investimento de 481.327,13 euros.
A área envolvida nesta candidatura ascende aos 249,33 hectares, dos quais 42,56 serão de carvalho e 88,40 reservados à regeneração natural da azinheira e carvalho. O projecto abrange, ainda, 118,37 hectares de limpeza de povoamentos existentes e a beneficiação de 7 quilómetros de caminhos.
A candidatura aguarda aprovação no IFADAP e o CDBM espera que a burocracia não faça o processo arrastar-se demasiado tempo.
Recorde-se que o primeiro projecto, de 862.424 euros, começou a ser elaborado em Maio de 2004 e deu entrada no Parque Natural de Montesinho em Agosto do mesmo ano. A proposta foi aprovada três meses depois, “quando a lei determina que o prazo máximo é de 45 dias", lamenta o presidente do CDBM, Norberto Garcia. Situação semelhante ocorreu no Núcleo Florestal do Nordeste, organismo “que demorou quatro meses para analisar um projecto que, normalmente, demora cerca de 30 dias a ser deferido”, acrescenta o responsável.
Um ano de espera
O IFADAP acabou por ser o organismo menos demorado na aprovação, já que a proposta deu entrada a 2 de Junho de 2005 e recebeu luz verde a 16 de Agosto do mesmo ano.
Contas feitas, “o projecto demorou quase um ano para ser aprovado pelo Instituto de Conservação da Natureza, Direcção Geral dos Recursos Florestais e IFADAP”, relembra Norberto Garcia, em jeito de recado.
A concepção, acompanhamento e fiscalização do projecto é assegurada pela Associação Florestal de Trás-os-Montes, ao passo que parte da execução está a cargo duma empresa sedeada em Vila Real, que “empregou todas as pessoas da aldeia que compareceram para trabalhar, após convocatória do Conselho de Baldios”, explicou o responsável.
Além da mão-de-obra, a aldeia tem vindo a beneficiar com o projecto ao nível do corte de lenha. “Todos os toros arrancados pelas máquinas são encaminhados pelo Conselho Directivo dos Baldios, que avisa e credencia a população para receber a lenha”, assevera o dirigente.
Trabalho voluntário
Do investimento total, o IFADAP já entregou 568.636 euros em duas tranches divididas pelos meses de Abril e Agosto deste ano. A última transferência só terá lugar após a reposição das plantas e respectivo acompanhamento. Este é o procedimento habitual, que exige algum "fôlego" da parte da CDBM. “Para que as coisas andem mais depressa agimos por nossa conta e risco, pois a verbas só começam a ser transferidas depois dos trabalhos serem vistoriados. Após a apresentação dos autos de medição, o IFADAP ainda demora dois meses a pagar, o que implica algum esforço da nossa parte”, salienta Norberto Garcia.
A união dos compartes e do CDBM permitiu ultrapassar os obstáculos duma caminhada iniciada a 17 de Maio de 2004, feita à custa do trabalho voluntário dos membros do Conselho Directivo.