Ter, 10/10/2006 - 10:47
A par deste cartão de visita, a Ribeira de Chacim, contígua à antiga fábrica da seda, também está a ser poluída com os esgotos de uma pocilga familiar.
O curso de água foi despoluído, há cerca de um ano, pela Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros (CMMC), mas continua a servir de depósito aos escoamentos da pocilga, que são canalizados, diariamente, para a ribeira.
Esta situação motivou várias queixas por parte de alguns moradores, pelo que uma Comissão, composta por um responsável da autarquia e da Delegação de Saúde, fizeram uma vistoria ao local, onde detectaram um caso de insalubridade.
Os donos da pocilga foram intimados a tirarem os animais daquele local, bem como procederem à limpeza da zona envolvente. O prazo concedido pelas autoridades não foi cumprido, o que obrigou ao encaminhamento do processo para o Ministério Público (MP).
A chefe de divisão do Ambiente e Abastecimento Público da CMMC, Cristina Silva, afirma que é um processo que já se arrasta há algum tempo, tendo seguido todos os trâmites legais.
Habitantes e visitantes indignados
A responsável explica que, após as queixas apresentadas por alguns habitantes, foi efectuada uma primeira vistoria ao local, mas, na altura, já não se encontravam animais no estábulo.
Posteriormente, houve mais denúncias e a Comissão voltou a deslocar-se a Chacim para averiguar a situação, tendo encontrado uma pocilga com dois animais, que encaminha os esgotos para a ribeira que corre mesmo ao lado do Real Filatório.
Hermínia Nobre, numa carta enviada à redacção do Jornal NORDESTE, afirma que costuma deslocar-se a Chacim para passar férias numa habitação próxima do local onde se encontram os animais e diz estar indignada com a situação.
Os maus cheiros, a grande quantidade de insectos e a poluição da ribeira são as “boas vindas” encontradas por Hermínia Nobre quando visita a sua terra natal.
No local, Olinda Oliveira também lamenta o incómodo que os maus cheiros e os insectos lhe causam diariamente. Após ter apresentado diversas queixas na CMMC, esta habitante gostaria de ver o problema resolvido o mais rápido possível.
“Para poder estar em casa, no Verão, tive que gastar uma grande quantidade de insecticidas. Mesmo agora, o mau cheiro entra para dentro de minha casa”, enfatizou a habitante, acrescentando que as pessoas que visitam o Real Filatório fazem comentários acerca do mau cheiro que encontram mesmo às portas das ruínas.
Cristina Silva afirma que a autarquia de Macedo já fez tudo que estava ao seu alcance, pelo que a situação aguarda, agora, uma solução por parte do MP.