Ter, 10/10/2006 - 10:21
Atendendo às circunstâncias é a própria coordenadora da Sub-Região de Saúde de Bragança, Berta Nunes, que encara a hipótese da Urgência se manter no Hospital de Macedo Cavaleiros, contrariamente ao documento apresentado pelo Governo.
“A decisão final mais provável é a manutenção da Urgência de Macedo, onde foi efectuado um investimento avultado com a construção do hospital e onde existem os meios necessários para o funcionamento de um serviço 24 horas por dia”, alega Berta Nunes.
Segundo a responsável, do ponto de vista das distâncias faz todo o sentido instalar este serviço em Mogadouro. Contudo, as limitações das condições físicas, associadas à falta de equipamentos e de recursos humanos (dois médicos e dois enfermeiros em permanência), podem condenar esta pretensão, pelo menos num curto espaço de tempo.
Recorde-se que o relatório apresentado pela Comissão Técnica distribui as urgências tendo em conta as distâncias que os utentes têm que percorrer para terem acesso a este serviço de saúde. O documento estabelece 30 minutos como tempo máximo para aceder a uma Urgência Básica ou Médico-Cirúrgica, e 45 minutos no caso de uma Urgência Polivalente.
Planalto longe
das Urgências Hospitalares
Neste sentido, a proposta prevê o encerramento deste serviço em Macedo, justificado pela taxa de atendimentos diários (inferior a 150) e pela proximidade com Mirandela.
Já no caso de Mogadouro são destacadas as distâncias, visto que os utentes do Planalto demoram mais de uma hora a chegar, tanto ao Hospital de Mirandela, como ao de Bragança. O número de atendimentos registados no Serviço de Atendimento Permanente do Centro de Saúde da vila (15 mil) é outros dos argumentos que joga a favor da criação da SUB em Mogadouro.
De acordo com a proposta apresentada pela Comissão Técnica, Bragança e Mirandela vão acolher uma Urgência Médico-Cirúrgica, ao passo que Mogadouro poderá receber um SUB. Em Trás-os-Montes, apenas o Hospital de Vila Real vai dispor de uma Urgência Polivalente.
A decisão final do Governo só deverá ser conhecida no final do ano, estando as primeiras requalificações previstas para o início do próximo ano.
Durante o período de discussão pública, o ministro da Saúde, Correia de Campos, vai escutar a opinião da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, das Câmaras Municipais, das Ordens dos Médicos e dos Enfermeiros, das Associações Sindicais, bem como das Associações de Doentes ou de Utilizadores legalmente constituídas.