Qua, 16/08/2006 - 10:35
O projecto Cacovin-Agroindústrias, Lda começou a ser implementado pela Cooperativa de Agricultores de Vinhais, que decidiu abrir este plano de investimento a outras entidades, nomeadamente à Câmara Municipal, Arborea, Organização de Produtores Pecuários de Vinhais e Associação Nacional de Criadores de Suínos de Raça Bisara.
Com o avanço deste processo já estão criadas as instalações para acolher uma empresa agro-industrial, que vai dinamizar e organizar a produção agrícola do concelho.
Trata-se de uma unidade que contemplará um posto de venda de adubos, pesticidas e rações, um sector de recolha, calibragem e comercialização de castanha e hortícolas, bem como uma fábrica de farinhas para animais.
Segundo o director executivo deste projecto, Nuno Costa Gomes, os pavilhões da zona industrial vão ser abertos ao público no próximo mês de Outubro, para receberem e transformarem a castanha, um dos ex-libris do concelho.
Para viabilizar o processo foi preciso efectuar um negócio, do qual resultaram as seguintes operações: a venda dos “armazéns das frutas” e terrenos envolventes, o trespasse à Câmara Municipal de Vinhais (CMV) do edifício onde, actualmente, se encontra a sede da Cooperativa e a cedência à Cooperativa de uma loja a construir na nova praça do município.
Transformar e rentabilizar a castanha
“Como a zona industrial não tinha espaço disponível para novas construções, optou-se pela compra de pavilhões feitos, que já reuniam algumas características para a criação da empresa que nós pretendemos”, esclareceu Nuno Costa Gomes.
A curto prazo vai ser transferido para os pavilhões o negócio das rações, dos adubos pesticidas, entre outros utensílios para a agricultura, e vai nascer a secção de transformação de castanha.
Posteriormente, será criada uma fábrica de farinhas para animais, que irá ficar situada na área em frente ao pavilhão da zona industrial, que tem como principal objectivo aproveitar todos os cereais, bem como o refugo da castanha. As rações e farinhas confeccionadas nesta unidade destinam-se, sobretudo, às raças autóctones da região, nomeadamente a raça bísara e mirandesa.
“Já estabelecemos contactos com os representantes da raça bisara e mirandesa para, em conjunto, estabelecermos a fórmula para fazer as misturas”, acrescentou o director executivo do projecto.
Aposta nas hortícolas
Posteriormente, irá ser criada uma unidade de recolha, embalamento e venda de hortícolas, nomeadamente a couve penca, raba, feijão (verde e cascas), nabo (nabiças, grelos, cabeça de nabo) e cogumelos.
Esta produção poderá ser direccionada para a produção biológica, tendo em vista a certificação dos hortícolas nesta categoria.
A criação desta unidade agro-industrial representa, para já, um investimento de cerca de 1 milhão de euros, sendo 70 por cento resultantes de capitais próprios, já realizados, e de um empréstimo bancário.
Para a unidade de rações e hortícolas, bem como para a secção de transformação de castanha serão feitas candidaturas no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
No entanto, Nuno Costa Gomes realça que a criação destas estruturas não está dependente das candidaturas, que visam, apenas, melhorar e evoluir os sistemas de transformação e comercialização.