Ter, 01/08/2006 - 15:48
Com um passivo a rondar 1 milhão de euros e com uma dívida aos agricultores na ordem dos 150 mil euros, o novo presidente afirma que a regularização das contas está em primeiro plano, visto que considera uma “injustiça” a cooperativa dever dinheiro aos associados.
A CAAF tem 44 anos de existência e, pela primeira vez na história da instituição, houve duas listas a concurso.
Após o acto eleitoral, a lista B ganhou por 194 votos, contra os 38 somados pela lista A.
Assim, Eduardo Tavares sucede a Norberto Canha, que esteve à frente da cooperativa mais de 20 anos.
Na óptica do novo presidente, a vitória expressiva da lista B deve-se ao “bom” trabalho levado a cabo pela direcção anterior.
“A maioria dos elementos que integraram a minha lista eram pessoas que já faziam parte da direcção anterior. Por isso, acredito que o seu desempenho, nomeadamente na diminuição da dívida aos agricultores, de 300 para 150 mil euros, foi um forte contributo para a votação expressiva dos associados”, acrescentou o responsável.
Nova linha de extracção de azeite
A par da regularização das contas, Eduardo Tavares realça que a construção de uma nova linha de extracção de azeite é o próximo projecto que vai ser desenvolvido pela cooperativa.
“Esta é uma exigência imposta por lei para a extracção de azeite. Por isso, as obras para a criação desta infra-estrutura vão arrancar durante este mês”, acrescentou o novo presidente.
Além disso, a partir do próximo ano, a CAAF vai recorrer a fundos do Quadro Estratégico de Referência Nacional para modernizar o sector de produção e ampliar o sector de comercialização.
A criação de uma linha de embalamento, para valorizar o azeite dos associados, e a modernização do Plano Alfa, destinada à exploração agrícola são, igualmente, projectos que vão ser desenvolvidos pela actual direcção da cooperativa.
“Nós temos uma exploração agrícola, onde já produzimos cereja e temos um pomar que vai entrar em produção. Por isso, temos todo o interesse em modernizar esta linha”, salientou Eduardo Tavares.
Em relação à pecuária, a cooperativa também pretende aproveitar as infra-estruturas existentes, duplicando as 300 cabeças de ovinos que existem, actualmente, na exploração.
Comercialização alargada
No que toca à comercialização, Eduardo Tavares afirma que, para além do azeite, a CAAF também vai passar a escoar outros produtos, nomeadamente a cereja e a amêndoa.
Apesar de, actualmente, a cooperativa não ter ajudas de qualquer entidade pública ou privada de Alfândega da Fé, o novo presidente afirma que esta direcção está disponível para cooperar com outras entidades, no sentido de valorizar os produtos da cooperativa e dos associados.
“O estabelecimento de parcerias com a Câmara de Alfândega e com a EDEAF são fundamentais, tanto para a cooperativa como para a Empresa Municipal”, acrescentou o responsável.
Neste momento, a CAAF tem cerca de 1500 associados, dos quais 900 produzem azeite na cooperativa. No entanto, Eduardo Tavares afirma que a recuperação dos associados que saíram, devido aos pagamentos em atraso, também faz parte dos objectivos futuros da instituição.