Ter, 01/08/2006 - 15:45
Segundo o coordenador da CoraNE, Leonel Vaz, esta iniciativa, semelhante ao “projecto splash” que está a ser desenvolvido no Vale do Douro Norte, poderá arrancar através de uma candidatura aos fundos do Quadro Estratégico de Referência Nacional 2007/2013.
Trata-se de um método de produção de energia eléctrica sem impactos ambientais, dado que as infra-estruturas já existem, pelo que falta, apenas, recuperar os moinhos, represas e açudes que se encontram em avançado estado de degradação.
“Estamos a falar de estruturas que já existem nos rios e que podem ser aproveitadas. Por isso, não têm impacto ambiental como as barragens, dado que já fazem parte da paisagem”, acrescentou o responsável.
Valorizar as zonas ribeirinhas
Apesar da produção de energia através dos moinhos não ser significativa, Leonel Vaz acredita que esta é uma forma de fortalecer a rede eléctrica nacional, contribuindo, ao mesmo tempo, para o desenvolvimento económico das zonas ribeirinhas.
“Não é esta produção que vai suprir as carências do País, mas pode dar algum contributo, sem o inconveniente das mini-hídricas e das centrais hidroeléctricas”, frisou o coordenador da CoraNE.
A concretização deste projecto surgiu no âmbito do workshop subordinado ao programa “Terres de Rivières”, que visa a valorização das paisagens fluviais, e decorreu na passada sexta-feira, em Bragança.
Após a adesão da CoraNE ao projecto “Terres de Rivières”, que nasceu há cerca de 4 anos, por iniciativa da associação francesa Union de Terres de Rivières, o objectivo passa pela dinamização dos quatro principais rios da Terra Fria: Tuela, Rabaçal, Sabor e Maçãs.
Na óptica de Leonel Vaz, as potencialidades destes recursos hídricos são semelhantes, dado que se trata de rios de montanha.
Roteiros turísticos transfronteiriços
A par do aproveitamento dos moinhos para a produção de energia, também foram debatidas propostas para a reabilitação deste património, que caracteriza muitas das aldeias do Nordeste Transmontano, com vista ao fomento do turismo e do lazer nas áreas ribeirinhas.
Após um levantamento dos moinhos do Nordeste Transmontano, Zamora e Salamanca, levado a cabo pelo membro do Centro de Estudo de Antropologia Social do ISCTE, Pedro Couteiro, e por Ana Ramos e Maria Rodriguez, professoras da Universidade de Zamora, surgiu uma proposta, de âmbito transfronteiriça, para a criação de um roteiro turístico que integre os moinhos transmontanos e espanhóis.
“Este é um projecto que pode ser posto em prática através de uma candidatura a um programa de apoio a este tipo de iniciativas”, realçou Leonel Vaz.
Esta intervenção nos rios e moinhos da região tem como principal objectivo dinamizar as zonas ribeirinhas através da promoção do turismo e do lazer, tendo em vista o desenvolvimento económico.
