Ter, 20/06/2006 - 16:39
Pois bem, se o critério for este, não restam dúvidas quanto à localização da sede da futura Direcção Regional de Agricultura do Norte.
Olhando para os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), não são os concelhos de Entre Douro e Minho que batem a lavoura transmontana em facturação e captação de investimento ao abrigo dos programas de apoio, mas o Alentejo, Ribatejo e Oeste.
Posto isto, os agricultores de Trás-os-Montes têm legitimidade para reivindicar para Mirandela a sede da Direcção Regional de Agricultura do Norte, até porque é nesta zona do País que 44 por cento da população se dedica à lavoura.
Os transmontanos têm razões para abandonar o discurso pessimista e olhar a agricultura como uma factor de riqueza, que movimenta cerca de 750 milhões de euros por ano, valor sem paralelo em qualquer sector da actividade com expressão na região.
A imagem do agricultor agarrado à enxada e à junta de bois tem de ser substituída pela do jovem agricultor, que amanha a terra com visão empresarial e que dispõe de maquinaria avançada na sua exploração. Os números dão conta disto mesmo, com Trás-os-Montes no ranking das regiões do País com um maior número de jovens agricultores.
Sendo assim, desengane-se quem receia a região de Entre Douro e Minho na luta pela sede da futura Direcção Regional de Agricultura do Norte, porque é em Trás-os-Montes que se produz e factura mais, que se investe mais na floresta e no desenvolvimento rural, que as ajudas à produção e programas específicos atingem maiores valores.
Se na questão das maternidades são os números que contam, então que assim seja, também, para a Agricultura, não vá o peso político de Entre Douro e Minho estragar as contas, por via dos seus 3 milhões de habitantes.