Ter, 20/06/2006 - 14:28
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães (CMCA), Eugénio Castro, o projecto inicial vai ter que ser rectificado, uma vez que parte da zona envolvente às caldas poderá ficar submersa.
“O processo de requalificação ia começar pela construção do balneário termal, mas o anúncio da barragem levou à suspensão dos trabalhos. Não vamos fazer investimentos para ficarem submersos”, acrescentou o edil.
A par da recuperação do espaço termal, o projecto também contemplava a recuperação de edifícios e de espaços públicos, para atrair visitantes àquela aldeia transmontana, situada na encosta do rio Tua.
O turismo é visto pela autarquia como uma actividade fundamental para desenvolver o município, contribuindo, ao mesmo tempo, para o crescimento económico da região.
Cativar investimento privado
Por isso, a recuperação das Caldas de S. Lourenço, reconhecidas pelas qualidades minero-medicinais das águas sulfurosas que brotam naquele local, é um projecto considerado prioritário para o concelho de Carrazeda de Ansiães.
Na óptica de Eugénio Castro, a construção da barragem no Tua até pode beneficiar o projecto, através da conjugação do espaço termal com o espelho de água formado pela albufeira da barragem.
Para já, as termas vão continuar ao abandono, recebendo, pontualmente, a visita de forasteiros, que se deslocam ao local para buscar água com propriedades medicinais.
O sossego e a tranquilidade, bem como um amontoado de edifícios em degradação são, actualmente, os cartões de visita de S. Lourenço, mas a autarquia quer contrariar esta realidade.
Para Eugénio Castro, a requalificação do espaço termal, de alguns edifícios e espaços públicos é, também, uma forma de cativar o investimento privado, nomeadamente a hotelaria e a restauração.
Recorde-se que a CMCA esperou, vários anos, pelo contrato de exploração das Caldas de S. Lourenço, tendo conseguido a licença, apenas, no ano passado.
A partir daí, estão a ser ultrapassadas todas as questões burocráticas que envolvem este processo, que se encontra novamente parado, visto que, a localização e a quota da água da barragem ainda não estão definidas.
Linha do Tua submersa?
O Jornal NORDESTE contactou a EDP para tentar saber quais as consequências que a barragem poderá ter, tanto nas Termas de S.Lourenço, como na linha de Comboio que liga o Tua a Mirandela, mas a empresa considera prematuro falar destas questões, pelo menos enquanto o projecto ainda se encontrar em fase de estudo.
Relativamente à possível submersão da Linha do Tua, a EDP afirma que estão a ser elaborados estudos no terreno, para ponderar todas as alternativas, a par do processo de diálogo e discussão com as diversas entidades locais.
Dado que o projecto para a construção da barragem se encontra em fase de estudo, as obras de requalificação nas termas de S. Lourenço vão continuar suspensas por tempo indeterminado.