Ter, 13/06/2006 - 17:09
Jorge Nunes falou timidamente da questão da maternidade e preferiu desviar o assunto para a necessidade de construir a auto-estrada até Quintanilha.
Não deixa de ser curioso, pois escassos meses antes, o primeiro-ministro, José Sócrates, esteve em Bragança para anunciar a Auto-Estrada Transmontana. O mesmo não aconteceu com as maternidades, em que Sócrates e o ministro da Saúde, Correia de Campos, foram parcos nas palavras e despiram os discursos de garantias.
Mesmo assim, o edil bragançano insistiu na bandeira das acessibilidades,
Sabendo, até, que o secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos, reuniu há pouco com autarcas da região para agendar a antecipação do IC5.
Posto isto, dir-se-ia que Jorge Nunes tinha poucas alternativas às reivindicações de estradas e de condições para a fixação dos jovens.
Insistir na bandeira da maternidade a todo o custo e abrir um braço de ferro com a administração do Centro Hospitalar do Nordeste era o mesmo que dar um tiro no pé, numa altura em que a questão dos recursos humanos, leia-se obstetras, começa a jogar a favor de Bragança.
Mas, o certo é que a Câmara há muito que coordenava com as Juntas de Freguesia do concelho a mobilização para o cordão humano e qualquer recuo poderia evidenciar sinais de fraqueza. Havia que trazer milhares de pessoas para abraçar o Hospital de Bragança, assinalando o 10 de Junho com uma manifestação de força dos bragançanos.
Por isso, Jorge Nunes usou de alguma cautela nos discursos. Falou da necessidade de manter a maternidade, mas também canalizou as atenções para o projecto de ampliação do hospital que ficou na gaveta de Correia de Campos.
Quando for conhecida a decisão, ver-se-á se as peças se juntam, mesmo parecendo que andam soltas, com as cores de Portugal.