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O aviso

Ter, 09/05/2006 - 16:11


A vigília que decorreu no sábado, em Mirandela, pode funcionar como um sério aviso à acção governativa. Afinal de contas, não é todos os dias que 5 mil pessoas saem à rua para contestar o anunciado encerramento duma sala de partos no distrito de Bragança.

Recorde-se que nenhum anúncio de retirada de serviços públicos tem mexido tanto com as pessoas como acontece com as maternidades, e daí o sentimento que transparecia nas faces de todas as mulheres que saíram à rua para contestar a política de Correia de Campos.
Depois do que se passou no fim-de-semana em Mirandela ou Lamego, a luta pode endurecer num só sentido, tal como afirmou uma representante do movimento Por Lamego. “Se for preciso cortaremos a A24”, dizia a manifestante em jeito inflamado.
Não admira, por isso, que acções deste género venham a ser uma realidade nas principais vias de comunicação da região, incluindo o IP4.
Em Macedo de Cavaleiros, o 25 de Abril fez-se à volta do Hospital Distrital, enquanto o Dia da Mãe foi assinalado, em Mirandela, com milhares de pessoas de lanterna em punho.
Em Bragança, o 10 de Junho ficará marcado por um cordão humano à volta do Hospital e, até que o Centro Hospitalar do Nordeste tome uma decisão, não faltarão novas acções de protesto.
Se Correia de Campos souber interpretar os avisos optará por manter as duas salas de partos no distrito de Bragança. Só que o governante não dá sinais de abertura e nem a mega manifestação que Barcelos levou a Lisboa parece desencadear um recuo.
Sem querer pôr em causa a legitimidade dos protestos das gentes minhotas, convém lembrar que fechar uma maternidade em Barcelos (a escassos quilómetros de Braga por auto-estrada) não é a mesma coisa que extinguir uma sala de partos no distrito de Bragança.
Entre Mirandela e a capital distrital não existem quatro faixas de rodagem e via rápida é coisa que a maioria das sedes de concelho não conhece. Por isso, qualquer decisão só deveria ser tomada quando a Auto-Estrada Transmontana, o IP 2 e o IC5 estivessem terminados. Ou seja, em 2012, segundo recente anúncio do primeiro-ministro, José Sócrates.