Seg, 10/04/2006 - 23:45
Aberto há sete anos, o proprietário do espaço, Eduardo Félix, entendeu que a oficina necessitava de “conservação, de melhorar e ampliar o seu habitat”.
Assim, criaram-se todas as condições para a instalação do espólio cedido pela Quinta das Aveleiras, onde está integrada a Oficina Vinária. Com estas mudanças, o equipamento “deixou de ser núcleo museológico e passou a ser museu”, adiantou o responsável.
Instalada num antigo lagar, é possível, durante a visita guiada à oficina, observar todos os artefactos e utensílios utilizados desde a colheita das uvas, até à produção do vinho. Peças de outros tempos, pertencentes à Quinta das Aveleiras, estão dispostas de modo a darem a conhecer o ciclo do vinho do Douro Superior.
A Quinta das Aveleiras, além da exploração do Turismo em Espaço Rural, dedica-se, também, a outras áreas como a vitivinicultura, e daí a instalação deste museu. Em 2003, o empreendimento turístico lançou, pela primeira vez, o vinho de mesa cultivado na quinta. Ainda este ano vai ser colocado no mercado o de 2005. Esta actividade, aos olhos de Eduardo Félix, não é mais do que um complemento ao negócio do Turismo Rural. “Somos mais uma marca de vinhos à venda, mas encaramos isto como um suplemento”, assegurou.
Combater a desertificação
A Quinta das Aveleiras, onde a oficina está inserida, situa-se nas encostas da Serra do Reboredo, no Douro Superior, à entrada da vila de Torre de Moncorvo. Dentro do espaço localiza-se uma capela do século XVIII, construída em homenagem a Santa Teresa d’Ávila, e uma fonte da mesma época histórica.
Herdada há cerca de 22 anos, o proprietário decidiu reconverter a quinta para exploração turística e, deste modo, “criar um tipo de valor acrescentado”, referiu Eduardo Félix. Desde então, foram recuperadas quatro casas: a Casa Branca, que alojava o feitor da exploração e, no rés-do-chão, os animais; a Casa da Serra, antiga habitação do guarda; a Casa do Retiro, que serviu de abrigo a um eremita da capela de Santa Teresa d’Ávila, e o pombal, com uma estrutura adaptada para habitação.
As casas têm uma taxa de ocupação na ordem dos 35,7 por cento, o que, na opinião do responsável, “tem sido gratificante, pois é cada vez mais entusiasmante pensarmos em termos de futuro e vermos esta actividade como uma forma de combater um pouco a desertificação do interior”.