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Aldeias ganham população

Ter, 21/03/2006 - 15:29


Algumas freguesias do concelho de Bragança têm conseguido inverter a tendência da desertificação de Trás-os-Montes e vêem aumentar o número de casas e habitantes.

A maioria destes núcleos rurais são considerados medianamente urbanos, uma vez que se situam na periferia de Bragança. É o caso de Castro de Avelãs, Donai, Gimonde, Nogueira, Rebordãos, Samil e Santa Comba de Rossas, que registaram, de 1991 para 2001, um aumento demográfico.
Localizadas nas áreas circundantes da cidade, estas freguesias são encarados como verdadeiros dormitórios, uma vez que os residentes, na sua maioria, trabalham e tratam de todos os seus assuntos em Bragança, dirigindo-se para a periferia, somente, ao final do dia.
Esta procura, por parte da população urbana, das localidades vizinhas da sede de concelho provocou, segundo o secretário da Junta de Freguesia de Nogueira, António Araújo, “um galopante aumento do valor dos terrenos para construção”.

Preços de terrenos dispararam

Devido à proximidade das aldeias da cidade e à qualidade dos acessos, “são muitas as pessoas de fora que pretendem vir morar para cá, o que vai de encontro ao acréscimo da oferta de áreas para construção”, salientou o responsável.
Contudo, se a procura de terrenos disparou, também a compra de habitações antigas, praticamente em ruínas, se fez notar bastante. “Existem pessoas que tentam encontrar casas no centro da freguesia para serem restauradas e, posteriormente, habitadas”, afirmou o presidente da Junta de Freguesia de Donai, Luís Martins. Esta tendência, segundo o autarca, evita a degradação dos edifícios rurais e a desertificação completa das áreas rurais.
Além da valorização dos terrenos e das habitações, as Juntas de Freguesias também retiram proveitos com o aumento da população. “A nossa receita varia conforme a área da freguesia e o número de eleitores e, se registarmos um acréscimo, também as verbas provenientes da autarquia serão maiores”, assegurou o presidente da Junta de Freguesia de Samil, Eduardo Portela.
O autarca justifica o incremento da densidade populacional com os novos recenseamentos que se têm realizado na freguesia. “Algumas pessoas que não são naturais de Samil, a partir do momento que residem aqui, pedem a sua transferência, enquanto eleitores, para cá”, esclareceu o responsável.
Já em Castro de Avelãs, ainda que se verifique o aumento de residentes, o número de eleitores tem diminuído. “Alguns falecem e outros, apesar de morarem cá, preferem estar recenseados na cidade”, justifica o presidente da Junta de Freguesia de Castro de Avelãs, José Fernandes.

Aumento deve acentuar-se

Segundo projecções para o ano de 2021, as freguesias urbanas da Sé e de Santa Maria vão registar um acréscimo populacional. Esta tendência será seguida pelos núcleos rurais periféricos e prevê-se que alguns até venham a ser integrados como freguesias urbanas.
De acordo com as projecções, o maior aumento demográfico deverá ocorrer nas localidades de Castro de Avelãs, Samil, Donai e Gimonde, com acréscimos entre os 10 e os 14 por cento.
A teoria é defendida, também, pelo presidente da Câmara Municipal de Bragança, Jorge Nunes. “Esta tendência, nas áreas envolventes, continuará a acentuar-se, em detrimento das freguesias mais afastadas da cidade”, sublinhou o edil. Contudo, na óptica do autarca, poderá haver, um dia, um retorno deste registo. “Actualmente, constata-se, especialmente na Europa, a desertificação dos centros históricos com a fuga para as periferias, mas esta situação poderá vir a modificar-se”, prevê o responsável.