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Maternidade com fim à vista

Ter, 21/03/2006 - 15:07


Uma das duas maternidades existentes no Nordeste Transmontano vai mesmo fechar as portas. A garantia foi dada pelo ministro da Saúde, Correia de Campos, na passada terça-feira, perante a Comissão Parlamentar da Saúde.

De acordo com o documento apresentado pela tutela, os partos realizados actualmente nas maternidades de Bragança e Mirandela vão passar a ser feitos, apenas, num só local, que será definido pelo Centro Hospitalar do Nordeste (CHN), em colaboração com a Comissão Regional da Saúde Materna e Infantil.
A administração do CHN fica responsável, até ao final do ano, de escolher o local mais adequado para as parturientes do distrito de Bragança terem os seus filhos.
Esta situação levou a Comissão Política Distrital do PSD a convocar uma reunião com todos os partidos políticos do distrito de Bragança, na qual estiveram presentes, apenas, representantes social-democratas, do PS e do CDS/PP.
Neste encontro, que decorreu ontem no Governo Civil de Bragança, os partidos de direita defenderam a criação de uma comissão composta por elementos da sociedade civil, com o objectivo de realizarem diversas actividades a favor da manutenção das duas maternidades no Nordeste Transmontano.

Vigília no Dia da Mãe

A primeira actividade já foi definida pelo deputado do PSD, Adão Silva, que defende a realização de uma vigília em frente às maternidades de Bragança e Mirandela, precisamente no Dia da Mãe.
Já o deputado socialista, Mota Andrade, defende a posição anunciada pelo Governo, afirmando que o que está em causa é a qualidade dos serviços prestados às parturientes, pelo que já fez saber que não vai apoiar manifestações “populistas e demagógicas”.
Com as posições partidárias divididas, o que é certo é que, após a escolha da sala de partos que ficará aberta no distrito, será anunciada a data do encerramento de uma maternidade no Nordeste Transmontano.
As distâncias que vão ser percorridas pelas grávidas e os riscos de terem os filhos nas ambulâncias foram refutadas por Mota Andrade, que afirmou que, actualmente, as mulheres de Mogadouro, Miranda do Douro e Freixo de Espada à Cinta também têm que se deslocar para darem à luz.
Apesar da certeza do encerramento de uma maternidade, o deputado socialista salientou que o que está em causa é a extinção, apenas, de uma sala de partos, visto que os cuidados pré e pós parto vão continuar a ser assegurados nos hospitais de Bragança e Mirandela.

“Encerramento é a melhor solução”

Esta justificação é contestada por Adão Silva, que acredita, a longo prazo, na extinção dos serviços de obstetrícia e ginecologia no hospital onde a maternidade encerrar.
Além disso, o deputado social-democrata afirma mesmo que, com o passar do tempo, a maternidade que ficar aberta também vai acabar por fechar as portas.
No entanto, Mota Andrade vincou a posição de que o encerramento de uma sala de partos é sinónimo de prestação de melhores cuidados de saúde às parturientes.
“O ideal era que não encerrasse nenhuma maternidade, como afirma o presidente da Câmara Municipal de Bragança, mas o ideal, também, é que as mães tenham os melhores cuidados de saúde”, concluiu o presidente da Federação Distrital do PS.