Municípios reúnem-se em Bragança

A região de Bragança é, actualmente, aquela que se encontra em maior risco de voltar a sentir os efeitos da seca. A situação dos últimos anos, que se verificou um pouco por todo o País, tem vindo a agrava-se e a acontecer com maior frequência.
Segundo a ANMP, 85 por cento do território continental permanece afectado por seca fraca e, somente, três por cento se encontra num estado normal. As despesas, por parte dos municípios, relativamente ao combate e atenuação dos efeitos de seca foram avaliados em cerca de sete milhões de euros, valor que foi retribuído pelo Governo em 632 986 mil euros.
O que se pretende é possibilitar a adopção de medidas de prevenção eficazes, por parte dos municípios, e a “instituição de uma sub-comissão da seca para esta região”, avançou Fernando Ruas, presidente da ANMP. O objectivo desta medida é acompanhar eficazmente situações de seca nas áreas mais críticas, como o Nordeste Transmontano.
O responsável defendeu, também, a criação de infra-estruturas, a nível nacional, que permitam responder rapidamente às questões e problemáticas da seca, para as quais a ANMP recolheu, já, cerca de dois milhões de euros, mas espera conseguir dez milhões, com a ajuda da Administração Central.

Parque eólico num impasse

A problemática das energias renováveis, nomeadamente as provenientes dos parques eólicos, foi, também, discutida pelos municípios. Para Fernando Ruas, é uma potencialidade que o País, para além das exigências que lhes são impostas, terá que cumprir e aproveitar. “Estas zonas deprimidas, como o interior, deveriam tirar partido da energia eólica”, afirmou o responsável.
Na região de Bragança, a criação do parque eólico na serra de Nogueira continua num impasse. Isto porque, “não há ligação à Rede Eléctrica Nacional”, como revelou o presidente da Câmara Municipal de Bragança (CMB), Jorge Nunes.
Segundo o autarca, existem intenções de investimentos para parques eólicos, tanto para a serra da Nogueira, como para a de Montesinho. Contudo, estão, ainda, condicionados pela falta de capacidade de recepção da rede de alta tensão. Deste modo, a resolução passaria pela criação de capacidade de recepção na rede portuguesa ou uma ligação na rede espanhola. Para o edil, “qualquer uma das soluções poderá viabilizar o aproveitamento da energia renovável, numa área que necessita que a economia evolua”.