Ter, 14/03/2006 - 14:24
A Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM) já delineou os projectos para levar a cabo as intervenções neste património mineiro, que vão ser financiadas por fundos comunitários.
As minas de estanho e volfrâmio de Montesinho vão ser requalificadas em duas fases distintas, orçadas em 665 mil euros. Numa primeira intervenção, planeada para este ano, prevê-se a minimização dos riscos de segurança resultantes do abandono dos trabalhos mineiros há dezenas de anos.
As obras iniciais contemplam a vedação e selagem das infra-estruturas que apresentam perigo, nomeadamente poços, chaminés e alguns buracos abertos. Já as restantes infra-estruturas com riscos geotécnicos vão ser cheios com inertes de escombreira.
A segunda fase dos trabalhos naquela antiga exploração mineira, que consagra a inventariação do património bem como o saneamento de edifícios em ruínas e a vedação de protecção a habitações, ainda está em planificação, dado que está a ser estudada em conjunto com a autarquia local as responsabilidades ligadas à exploração de inertes.
Murçós aposta no
turismo mineiro
Já o projecto de recuperação da antiga mina de Murçós, no concelho de Macedo de Cavaleiros, tem em vista o desenvolvimento das potencialidades turísticas daquele local.
Segundo o presidente da Junta de Freguesia de Murçós, Jaime Fernandes, o interesse público daquele património, nomeadamente do lago que se encontra na zona mineira, levou a autarquia e exigir a construção de um parque de lazer aquando dos trabalhos de limpeza e protecção daquele espaço abandonado.
De acordo com o plano de acção traçado pela EDM, que prevê um investimento de cerca 140 mil euros, a par da vedação e da limpeza do local, também vão ser criadas condições de segurança adicionais, para que os visitantes possam utilizar aquele património.
Apesar dos projectos base já estarem concretizados, as intervenções nas minas de Murçós, Ribeira e Fonte Santa dependem da aprovação das respectivas candidaturas, para que os trabalhos possam ter início ainda durante este ano. Enquanto o projecto de execução das minas da Freixeda se encontra numa fase final, à qual se segue a formalização da respectiva candidatura.
Minas do Tuela encravadas
Nas minas da Ribeira, a poucos quilómetros da aldeia de Parada, no concelho de Bragança, a intervenção contempla, apenas, a protecção do património mineiro, com vista à recuperação ambiental e à redução dos riscos de segurança para as populações.
Esta operação também vai ser levado a cabo nas antigas minas de ouro da Fonte Santa, no concelho de Freixo de Espada à Cinta, depois de um investimento de 600 mil euros.
Quanto aos trabalhos previstos para a área mineira de Tuela, no concelho de Vinhais, vão ser adiados, visto que ainda não está esclarecida a propriedade dos terrenos onde se encontram edificadas as minas.
Segundo a EDM, a par da minimização dos perigos de segurança apresentados por algumas explorações mineiras, relativos a escavações mineiras desprotegidas ou a riscos geotécnicos verificados por aluimentos, as intervenções no património mineiro também têm em vista a recuperação ambiental daqueles espaços, bem como a defesa do património industrial e arqueológico encontrado nas áreas mineiras.
Nos locais onde vão ser efectuadas demolições de infra-estruturas, nomeadamente nas minas de Fonte Santa, Murçós e Ribeira, os inertes poderão ser depositados nas escombreiras que, posteriormente, serão seladas ou levados para aterro, se a sua dimensão for reduzida.