Ter, 07/03/2006 - 18:09
Outra é ter de ir a Mirandela para dar à luz, tal como avança a edição do Jornal de Notícias da passada sexta-feira, mesmo sem confirmação da administração do Centro Hospitalar do Nordeste Transmontano (CHNT).
Uma coisa é certa, o CHNT não foi criado para deixar tudo na mesma e os transmontanos podem ir contando com concentração de valências em nome da racionalização dos recursos e custos. Foi assim que aconteceu após a criação do Centro Hospitalar Vila Real-Peso da Régua e assim será no distrito de Bragança. A dúvida é se as salas de partos são uma das valências na mira, mas, a olhar pela determinação do ministro da Saúde nesta matéria, é de acreditar que uma das maternidades (ou sala de partos, como a tutela lhes prefere chamar) venha a ser sacrificada.
A questão é saber qual, e, nesta matéria, são muitos os factores a favor do Hospital Distrital de Mirandela (HDM). O número de partos/ano é maior, a unidade dispõe de duas salas de partos individualizadas (Bragança só tem uma) e, como se isso não bastasse, a maternidade do HDM serve mais concelhos do que a do Hospital de Bragança.
Acresce que, para quem decide, é mais fácil retirar um serviço de Bragança do que de Mirandela, onde os habitantes, como noticiava o JN de anteontem, “são mais participativos” e até já enviaram 10 mil postais ao ministro da Saúde. É que alguns dos membros do Governo ainda devem ter bem presente a manifestação desencadeada pelo edil, José Silvano, aquando da primeira tentativa de criação do Centro Hospitalar, com milhares de pessoas em protesto nas ruas da cidade…
Além disso, a tutela sabe que, se privar a capital do Tua de qualquer serviço público, estará a dar razão aos cartazes que José Silvano mandou colocar no IP4.
Por outro lado, privar Bragança duma sala de partos equivale a desferir um duro golpe no seu estatuto de capital distrital e dizer às populações de Miranda do Douro e Vimioso que o melhor é terem os filhos em Espanha.