Ter, 07/03/2006 - 17:15
Através de um projecto desenvolvido pela Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM), vai ser “realizada a modelação das escombreiras e posterior impermeabilização, além do ajustamento dos materiais mais contaminantes”, afirmou o administrador da EDM, Gaspar Nero.
O que se pretende é que as infra-estruturas, que estavam votadas ao abandono deixem de ser utilizadas pelas pessoas como o “esgoto” da construção civil. “A população servia-se das escombreiras para despejar o entulho das obras”, avançou presidente da Junta de Freguesia de Argozelo (JFA), Luís Rodrigues.
Após esta primeira intervenção, que rondará o milhão e meio de euros, o programa prevê a construção de um parque temático ao ar livre que seja, simultaneamente, um local de lazer e, também, uma referência da memória da mina.
A EDM espera vir a concretizar mais projectos no norte do País, nomeadamente nas minas de Montesinho, ainda que o problema que assola estas infra-estruturas é distinto daquele que atingiu as de Argozelo. “É mais ao nível da segurança, protecção e fecho dos poços”, revelou Gaspar Nero.
Programa pode dinamizar a vila
Segundo Luís Rodrigues, espera-se que este investimento represente uma mais-valia para Argozelo. “Espero que esta obra signifique uma viragem e que a localidade deixe de estar associada a uma imagem de subdesenvolvimento”, afirmou, esperançado, o presidente da JFA. O espaço criado vai ser transformado num local dinâmico que a população espera poder aproveitar para outras actividades.
Ainda assim, o responsável prevê que este projecto não seja suficiente para alterar a situação de Argozelo. Na óptica de Luís Rodrigues, existe um problema muito mais sério que assola a vila: a desertificação. “Vivemos numa região com várias dificuldades e esperamos que as minas representem uma dinamização turística e industrial”, referiu o autarca.