Ter, 21/02/2006 - 15:39
Numa época marcada pela publicidade, diariamente entram pelas nossas casas imagens de mulheres altas, magras, bonitas e bem sucedidas que representam tudo o que é de bom ou, pelo menos, aquilo que se pensa ser de bom, existente na nossa sociedade. As crianças, principalmente as adolescentes, com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos, identificam-se rapidamente com aquelas mulheres deslumbrantes, com vidas perfeitas e desejam, instantaneamente, tornar-se uma delas. Será isso errado? Fruto de um desvio de conduta? De personalidade?
Crê-se que não. Pensa-se ser completamente legítimas que as jovens adolescentes desejem ser uma Claudia Schiffer, uma Naomi Campbell ou uma Gisele Bundchen. Elas são bonitas, bem vestidas, perfumadas, viajadas, ricas e famosas. Não há nada de errado nisso. O errado é achar que a vida é apenas isso. Quando, definitivamente, não o é.
A maioria das mulheres não tem 1,80 metros de altura, nem pesa 50-55 quilogramas. Aliás, não são os requisitos é para ser linda, sexy, rica e famosa. Pode-se ser tudo isso com 1,60 metros de altura. Então, a questão fundamental é existir um equilíbrio. Ninguém deve abdicar do sonho de ser a próxima Gisele, mas também se não o for não tem problema.
As jovens desejam tanto alcançar esse sonho que fazem sacrifícios inacreditáveis, que resultam, muitas vezes, maléficos para a sua saúde física e mental. O que dizer das dietas assustadoras ou dos cursos e mais cursos sem qualquer perspectiva real de ser contratada por uma agência credível? Realmente é muito preocupante o que está a acontecer com as nossas adolescentes.
Se estivermos atentos, no mínimo 1000 meninas jamais alcançarão sequer a profissão de modelo profissional e, aí, podemos ter uma mínima ideia da gravidade do problema. Quantas adolescentes estão destroçadas física, mental e emocionalmente? Quantas se perdem por outros caminhos?
Parabéns à Giselle Bundchen, à Claudia Schiffer e à Naomi Campbell. Chegaram lá. Realizaram os seus sonhos. Mas se alguma jovem está a pensar ser a próxima “top model”, terá que pensar bem, reflectir sobre os prós e os contras da carreira. E jamais deixar de procurar os profissionais sérios do ramo, aqueles que realmente querem e podem ajudá-la.honestamente.