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GRIFOS devolvidos à natureza

Ter, 14/02/2006 - 15:47


Seis grifos (gyps fulvus) foram devolvidos ao seu habitat natural, após terem sido alvo de tratamento e recuperação física no Centro de Recepção, Acolhimento e Tratamento de Animais Selvagens (CRATAS), da Universidade de Trás-os-montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real.

A iniciativa juntou, no Penedo Durão, concelho de Freixo de Espada à Cinta, estudantes da UTAD e alunos das escolas do concelho, numa verdadeira aula de educação ambiental, promovida pelos técnicos de diversas áreas protegidas, nomeadamente Parque Natural de Montesinho, Alvão e Douro Internacional.
Estas aves de rapina são, por vezes, vítimas de vários perigos, como por exemplo pilhagem passiva, caça, atropelamentos, debilidade, electrocussão e envenenamentos. Segundo os especialistas, são muitos os abutres em perigo, ameaçados, vulneráveis ou raros. Por isso, o risco de extinção é um risco para várias espécies.
Esta realidade torna necessária a existência de locais e técnicos qualificados que procedam à reabilitação das aves e, posteriormente, as devolvam à natureza em condições que lhes permitam sobreviver em liberdade.
De acordo com o médico do Hospital Veterinário da UTAD, Roberto Sargo, o processo de recuperação deste tipo de aves envolve muita gente. “Desde que o grifo é recolhido até chegar aos técnicos com a missão de efectuar a sua recuperação é um trabalho bastante longo”, acrescentou o responsável.

Aves recuperam
em segurança

A partir do momento que a ave entra no CRATAS é feita, de imediato, uma pré- avaliação da condição física, para detectar se o problema terá de ser tratado clinicamente, dado que, por vezes, as aves surgem com lesões graves, pelo que têm de ser submetidas a intervenções cirúrgicas e a tratamentos numa unidade de cuidados intensivos.
“ O envenenamento é a principal ameaça a estes animais, devido à cadeia alimentar. Por vezes, estas aves são vítimas da incúria humana, visto tratar-se de predadores”, assegura Roberto Sargo.
Depois de cuidadas, as aves são encaminhadas para o Centro de Recuperação do Parque Peneda – Gerês, onde são conduzidas para câmaras de muda, para recuperarem a condição de vôo em grandes dimensões e aprendem a capturar presas.
Durante o período de migração para África, as aves mais jovens que se extraviam da sua rota acabam por “pousar” nos meios urbanos à procura de alimentos nas lixeiras e, por vezes, acabam em cativeiro.
Quando uma ave está recuperada procede-se à sua anilhagem e, posteriormente, à sua libertação em locais adequados, como é o caso das áreas protegidas.