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Azeite da Bouça no mercado mundial

Ter, 17/01/2006 - 16:19


Os olivais da antiga Casa Bacelar da Bouça, no concelho de Mirandela, cativaram um casal de empresários franceses, que adquiriram a quinta para produzirem azeite transmontano.

Este produto, apesar de não ser certificado, é vendido em diversas lojas de luxo espalhadas um pouco por todo o mundo.
“Nós apostamos, essencialmente, na qualidade do azeite, para podermos vender nos diferentes mercados mundiais, desde a França aos Estados Unidos da América”, acrescenta a administradora delegada da Quinta da Bouça, Rosária Pinho.
O casal francês Baussan tem uma sociedade de distribuição de azeite, que foi criada pelo sobrinho, e vende azeite em diversas lojas que se encontram espalhadas um pouco por todo o mundo, pelo que decidiu apostar na produção de azeite em Portugal.
No entanto, Rosária Pinho conta que o próximo passo é encontrar mais olivais para alargar a produção da quinta, dado que os preços da azeitona praticados, este ano, no mercado transmontano são muito elevados, comparativamente aos de outros países europeus, nomeadamente na Espanha e em Itália.
“Gostávamos de ser independentes em termos de matéria-prima para podermos fazer uma selecção do produto e, ao mesmo tempo, sermos mais competitivos no mercado”, salienta a administradora delegada da Quinta dos Olivais.

Património secular recuperado

O aumento da área de olival é outra das dificuldades encontradas por este casal de empresários franceses, visto que na aldeia da Bouça não existem grandes propriedades, mas sim parcelas com dimensões bastante reduzidas.
Neste momento, a Quinta dos Olivais é composta por cerca de 60 hectares de oliveiras, dos quais 40 já estão a produzir em pleno. O azeite fabricado no lagar da quinta é, posteriormente, embalado e vendido nas lojas de luxo com a marca “Oliviers and CO.”.
O tratamento das oliveiras foi adaptado às técnicas usadas em França, uma vez que, segundo Rosária Pinho, o rigor no tratamento das plantas é fundamental para a qualidade do produto.
“Para além das dificuldades, encontrámos pessoas excepcionais que nos têm acompanhado, nomeadamente o antigo proprietário”, salientou a administradora da quinta.
A par da produção de azeite, os empresários franceses também recuperaram todos os imóveis que faziam parte da antiga Casa Senhorial, mantendo todos os traços tradicionais dos edifícios.
Na óptica da empregada doméstica da quinta, Dina Valfreixo, a recuperação da antiga Casa Bacelar é muito importante para a aldeia, uma vez que é uma obra única em toda a região transmontana.
A casa onde viveram os Viscondes da Bouça é composta pela casa central, a capela dos olivais, onde se encontram os túmulos daquelas personalidades (embora vazios), e os anexos que serviam para apoiar as lides rurais.
Estes edifícios, construídos em granito com forro de madeira, foram totalmente recuperados, o que dignifica o património secular daquela aldeia.