Ter, 20/12/2005 - 14:49
O recomeço das obras chegou a ser anunciado para o início do mês de Outubro, mas sem efeito, já que a obra continua parada.
Segundo o coordenador geral do projecto, Hirondino Isaías, o acidente condicionou o normal andamento das obras, apesar de ter havido um levantamento de suspensão dos trabalhos. Mesmo assim, a empreitada ficou condicionada, devido à retenção de um financiamento bancário, que já se encontra desbloqueado.
O promotor do investimento garante que as obras vão recomeçar logo nos primeiros dias do próximo ano, estando já tudo garantido com o empreiteiro
“As obras vão continuar, já que têm fundos comunitários garantidos. A sociedade promotora do investimento vai levar o projecto até ao fim, mas se aparecer uma proposta e um investidor também se pode entregar à exploração e haver um entendimento”, garantiu Hirondino Isaías.
O projecto está orçado em cerca de 5 milhões de euros, tendo obtido fundos do Estado no âmbito do programa CIV-TUR, com 30 por cento das verbas a fundo perdido e 40 por cento reembolsáveis.
Recorde-se que o acidente de trabalho que vitimou dois operários resultou do abatimento duma placa de cimento.
Caso em segredo de justiça
Após a tragédia, peritos do Instituto para o Desenvolvimento e Inspecção das Condições de Trabalho (IDICT) deslocaram-se ao local das obras para iniciarem um processo de averiguações, que foi concluído em 11de Julho último, após vários pedidos para recomeçarem os trabalhos.
O IDICT só deu autorização para o recomeço dos trabalhos no edifício antigo e num dos módulos que se encontrava em construção, já que o local onde do acidente ainda se encontra interdito. Ao que foi possível apurar, “ainda não foram dadas explicações sobre as circunstâncias que levaram ao colapso da estrutura de cimento e ferro, apesar de terem sido efectuados vários estudos para encontrar uma explicação”, revelou fonte ligada ao processo.
O inquérito levado a cabo pelo IDICT foi concluído em Outubro de 2005, e enviado para o Tribunal Judicial de Mogadouro, pelo que o caso se encontra em segredo de justiça.
Segundo fonte do IDICT, as conclusões não são abonatórias para as partes intervenientes (dono de obra, entidade empregadora e entidade executante), já que foram levantados vários autos de notícia, todos eles relacionados com questões de organização do estaleiro e segurança no local de trabalho.