Ter, 22/11/2005 - 15:59
Os representantes do Sindicato dos Professores do Norte (SPN) e Sindicato dos Professores da Zona Norte (SPZN) e SINDEP consideram, mesmo, que as medidas anunciadas pelo Ministério da Educação (ME) são a “machadada final” na região transmontana.
Na óptica da representante do SPN, Alice Suzano, a deslocação dos alunos do meio familiar vai agravar o insucesso escolar, argumento que, aliás, é usado pelo Governo para encerrar os estabelecimentos de ensino com menos de 20 alunos.
A responsável sindical salienta, ainda, que são as autarquias que vão suportar os custos do transporte dos alunos, pelo que não compreende como é que o município de Bragança ainda não se manifestou contra a aplicação desta medida.
Custos acrescidos
Recorde-se que o encerramento das escolas implica a criação dos centros escolares, que, neste momento, ainda se encontram no papel.
Se esta medida for posta em prática, no distrito de Bragança vão encerrar 226 escolas, o que significa que as escolas da maioria das aldeias do Nordeste Transmontano vão fechar as portas.
De acordo com os dados disponibilizados pelos sindicatos, no concelho de Bragança só ficariam abertas as escolas da capital de distrito e da vila de Izeda. Em Mogadouro só resistem os estabelecimentos de ensino da sede de concelho, de Castro Vicente e de Bemposta, enquanto no concelho de Macedo de Cavaleiros e Mirandela só continuam a funcionar as escolas das sedes de concelho e de mais uma localidade.
As organizações sindicais contestam as medidas anunciadas, alegando que o insucesso escolar que se verifica em algumas escolas está ligado à falta de investimento do ME naqueles estabelecimentos de ensino.
Escolas precisam de equipamento
“O equipamento que se encontra em muitas das escolas do Nordeste Transmontano é o mesmo que existia há cerca de 20 anos atrás, o que significa que o Governo não olha para a nossa região da mesma forma que olha para as outras zonas do País”, sublinha Alice Suzano.
Sendo assim, o encerramento das escolas com menos de 10 alunos é encarado pelos sindicatos como uma medida válida, mas que deve ser estudada caso a caso, uma vez que o ideal para a socialização e desenvolvimento das crianças é que cada escola tenha mais de 10 alunos.
Na lista de reivindicações dos professores encontra-se, igualmente, a falta de condições nas escolas, para que os professores permanecem no estabelecimento de ensino um maior número de horas.
Estes foram, apenas, alguns dos problemas apresentados pelas três organizações sindicais num documento entregue ao governador civil de Bragança, que será encaminhado para o ME.