Ter, 15/11/2005 - 17:15
Plantada nas fraldas da Serra do Reboredo, a freguesia orgulha-se de acolher uma das mais emblemáticas tradições de S. Martinho, que todos os anos reúne maçoranos residentes e espalhados pelos quatro cantos do País.
À entrada da localidade, um conjunto de iluminações dava as boas vindas, enquanto o lançamento de foguetes anunciava festa rija na aldeia. Nas imediações avistavam-se, ainda, homens e mulheres com caras pintadas de preto, que tanto poderiam estar de regresso a casa, como a seguir para o largo onde iria decorrer o baile de sábado à noite.
O sábado, no entanto, foi apenas uma das jornadas da festa, porque manda a tradição de maçorana que se façam três dias de “Monumentais Festas em Honra de S. Martinho”.
E assim foi, desde a passada sexta-feira até final de domingo, com muitas castanhas e vinho novo à mistura.
E, se há muitos magustos nesta época do ano, o certo é que não é fácil encontrar, por esse Nordeste fora, os usos e costumes que marcam a diferença do S. Martinho de Maçores.
Um deles é a volta ao povo com o gaiteiro e cantares típicos locais, sempre acompanhada da caldeira do vinho, onde se bebe de joelhos, directamente e sem a ajuda de qualquer copo. “É assim que manda a antiga tradição Maçorana”, recorda o presidente da Comissão de Festas de S. Martinho, Ricardo Fernandes.
Outra das actividades que não falta à festa é a mostra de vinhos do Douro e produtos locais como é o caso do bolo moreno, único e típico de Maçores.
Situada a 12 quilómetros de Moncorvo, a aldeia conta com 223 habitantes, mas no di de S. Martinho a população duplica, com os filhos da terra a regressarem para passarem um fim-de-semana em cheio.