Ter, 21/06/2005 - 15:17
Desde a passada quarta-feira que 12 habitantes desta freguesia palmilham diariamente toda a área de floresta que circunda a aldeia de Rabal.
Esta iniciativa, levada a cabo pelo Instituto Português da Juventude (IPJ), em colaboração com os Bombeiros de Bragança e a Protecção Civil, destina-se à população jovem. Contudo, a juventude na freguesia é escassa, o que fez com que este projecto começasse com um grande número de população sénior.
O presidente da Junta de Freguesia de Rabal, Paulo Hermenegildo, lamentou a desertificação jovem das freguesias da região e enalteceu o empenhamento dos seniores neste programa de voluntariado.
Desempregados
ocupam o dia-a-dia
“As pessoas de Rabal que participam neste projecto conhecem bem a realidade geográfica desta freguesia e esse conhecimento é uma mais valia para a prevenção de fogos florestais”, enalteceu Paulo Hermenegildo.
Trata-se de pessoas desempregadas, com idades entre os 20 e os 51 anos, que percorrem diariamente cerca de 30 quilómetros.
Alice Pires tem 48 anos e confessa que a vida do campo sempre preencheu os seus dias, pelo que decidiu participar neste projecto para ocupar os seus tempos livres.
“Eu precisava duma ocupação, pois tinha muito tempo livre. Como já estou habituada a andar no campo este trabalho não me mete medo e sempre vou ganhando algum dinheiro”, conta esta participante.
Os 51 anos de Guilhermino Rita não o impedem de andar largos quilómetros por dia. “Estava desempregado e precisava de amealhar algum dinheiro para as minhas despesas. Por isso cá estou, cheio de força para percorrer os locais mais propícios à ocorrência de incêndios e desimpedir os caminhos”, relata este vigilante.
Rabal é uma zona de risco
Segundo o delegado do IPJ de Bragança, Hernâni Dias, o facto deste grupo ser composto por uma grande percentagem de pessoas mais velhas não desvirtua o projecto, uma vez que o importante é prevenir os fogos florestais.
O presidente da Junta de Rabal salienta que esta freguesia é uma zona de risco. Para além de ser uma área envolvente do Parque Natural de Montesinho e de densa floresta, o crescente abandono de terras de cultivo também aumenta o risco de incêndios.
Paulo Hermenegildo recorda, ainda, que a freguesia de Rabal tem sido palco de alguns fogos florestais, em anos anteriores, uma situação que espera ver resolvida com este programa de prevenção e vigilância.
Os voluntários estão equipados com material adequado para as suas tarefas, incluindo telemóveis, para poderem comunicar às entidades competentes, caso detectem algum foco de incêndio.
Recorde-se que até ao mês de Setembro estes voluntários vão vigiar a floresta, para evitar o drama dos incêndios que tem manchado o Verão dos anos anteriores.