O Pai activo e participante

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Sex, 18/03/2005 - 12:45


As mulheres têm outras aspirações e, sem perderem a sua sensibilidade, conquistam novas quotas de participação social e profissional. A célula familiar vê a sua estrutura alterada com pai e mãe em condições de igualdade.

Esta igualdade alterou a forma como o pai interfere na organização e planeamento da família, adoptando uma nova postura de participação activa na esfera familiar.
Assim, na sociedade de hoje é cada vez mais frequente encontrarmos o pai a acompanhar a mãe nas aulas de preparação para o parto ou na sala de partos e a participar activamente na educação dos seus filhos.
O pai passou a ocupar uma posição activa na gravidez da mulher, que a maior parte das vezes trabalha e necessita de um companheiro que divida com ela as preocupações e que viva com ela essa experiência.
Apesar de hoje em dia ser cada vez mais usual a presença do pai na sala de partos, as opiniões dos pais ainda são bastante contraditórias.
Se muitas vezes a presença do pai é vista como uma partilha de uma experiência significativa para o casal, há ainda quem sustente que isso é um assunto que diz somente respeito à mãe e que o pai só iria atrapalhar. Estas opiniões são preconizadas tanto pelos próprios pais, como pelas mães, que a maior parte das vezes preferem a companhia de uma outra mulher, como a mãe, a irmã ou uma amiga.

Compreender a mãe

O casal deve conversar sobre a presença do pai no parto, uma vez que nem sempre ambos desejam essa presença. O desentendimento relativamente a esta matéria não deve desapontar nenhum dos dois. O pai deverá compreender a mãe que não deseje a sua presença e prefira a companhia de alguém que já passou pela mesma experiência, nomeadamente a sua própria mãe, não devendo por isso desanimar ou deixar de participar na preparação para o parto e praticar os exercícios respiratórios com a mãe.
Da mesma forma a mãe deverá tentar compreender a oposição do pai em estar presente no parto, uma vez que pode ser extremamente penoso para ele assistir ao sofrimento da sua companheira.

Evitar desmembramento

A figura do pai “activo” é bastante importante para o casal que evita, assim, o desmembramento familiar. O pai “activo” não se sente marginalizado pela estranha intimidade que se desenvolve entre a mãe e o bebé, antes partilha dessa intimidade.
Hoje a lei permite que o pai beneficie da licença de parto, pelo que se for esse o seu caso deverá assistir a algumas aulas de puericultura nos centros que a sua companheira frequenta.
A assistência do pai às aulas de preparação para o parto é muito importante tanto para o pai, que poderá expor e ver satisfeitas as suas dúvidas relativamente à gravidez e saúde da mãe e do nascituro como, ainda, relativamente à melhor forma de estar na sala de partos; como para o casal em si, uma vez que nestas aulas o casal poderá compreender melhor as apreensões mútuas e ultrapassá-las em conjunto.
Geralmente o pai que participa no parto consegue uma maior proximidade com o recém-nascido, uma vez que enquanto a mãe é levada para o quarto ou está a ser tratada, o pai pode testemunhar os primeiros momentos do filho, pode fazer-lhe companhia até ao berçário e até mostrá-lo aos amigos e familiares que se encontram na maternidade, e desenvolver, assim, uma grande intimidade e cumplicidade com o seu filho.