Igualdade, Inclusão e Excelência desportiva

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Nos jogos paralímpicos do Rio 2016, Portugal está representado por uma delegação de 37 atletas que competem em 7 modalidades: atletismo, boccia, ciclismo, equitação, judo, natação e tiro. O histórico das nossas participações remonta a 1972 com 11 atletas na equipa masculina de Basquetebol em cadeira de rodas. É notável a presença de 264 atletas portugueses em 9 jogos e 11 modalidades. O sucesso é só por si revelador do esforço, vontade e determinação do Comité Paralímpico português, que já arrecadou 88 medalhas, das quais 25 medalhas de ouro.
É admirável a capacidade de resiliência destes jovens atletas que, ultrapassando todas as barreiras físicas, conseguem a motivação para cumprir objetivos, alcançar resultados e celebrar em grupo os sucessos de todos. Vidas difíceis, muitas vezes determinadas por fatores genéticos, que devem servir como referência a todos nós. Um dia a dia que surpreende pela positividade com que se encara a vida. A família, os amigos, o trabalho e toda a comunidade têm a obrigação de incentivar projetos sociais vocacionados para tratar e acompanhar pessoas diferentes. Os responsáveis políticos têm o dever de minorar barreiras físicas, promover a igualdade de oportunidades, acentuar a proteção de crianças, jovens e adultos de forma a proporcionar a todos uma vida confortável e feliz.
Muito se tem feito, neste Governo, em matéria de inclusão social. A criação da Secretaria de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, liderada por Ana Sofia Antunes, a primeira secretária de estado cega, foi uma conquista de relevância política e institucional. Foram definidas “…um conjunto de prioridades ao nível daquelas que serão as revisões de acordos existentes para respostas sociais da reabilitação, do acolhimento e das residências...vão ver-me sempre lutar pelas soluções que são pela inclusão e não pela segregação.”
A nível autárquico, é reconhecida a necessidade de priorizar alguns aspetos arquitetónicos, como a eliminação das barreiras físicas à mobilidade, a promoção e apoio a projetos locais de inclusão social e qualificar as respostas a situações urgentes. A aposta em programas específicos para a inclusão de pessoas com deficiência deve também ser cumprido de forma escrupulosa pelos serviços públicos.
Em Mirandela, a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental APPACDM, realizou – como habitualmente, uma sardinhada solidária. Um momento de festa e celebração que reuniu utentes e familiares, trabalhadores, amigos e dirigentes. Música, dança e animação fizeram parte da festa. Um ambiente fantástico que serviu também para unir laços de uma família motivada em superar os obstáculos da vida. Naquele final de tarde, em conversa com o nosso conterrâneo e amigo Hilário, fiquei a conhecer melhor a dedicação ao trabalho na Escola Superior de Comunicação, Gestão e Turismo em Mirandela e a paixão pelo desporto. Uma vida dedicada aos outros e à amizade retribuída de muitos com os quais partilha momentos felizes.
Como nos jogos paralímpicos, à distância de um oceano, a participação portuguesa sob o lema “Igualdade, Inclusão e Excelência desportiva”, revela a admiração incondicional de vidas de força, coragem e vontade de vencer. Força Portugal!

Júlia Rodrigues