TV Cabo por satélite

A população garante que, após a publicação da reportagem, a empresa apressou-se a resolver o problema, mas os anos foram passando e as deficiências continuam.
Há casos de pessoas que ficam incontactáveis durante 15 dias ou um mês e que são obrigadas a sair de casa para telefonar de um café ou duma casa da vizinhança.
Habitantes de idade considerável vêem-se privados do telefone, o que lhes veda o contacto com os filhos e outros familiares que se encontram noutras paragens.
Os mais novos valem-se da rede móvel, mas os mais velhos já não estão disponíveis para embarcar nessas “modernices”, pelo que a alternativa é ir ao café telefonar ou esperar que a PT repare as avarias.
Enquanto isso não acontece, a factura lá chega à caixa de correio e nela consta a assinatura telefónica por inteiro, mesmo que o serviço não tenha sido prestado em mais de metade do mês.
Esta é a realidade de Vila Boa e da aldeia vizinha de Ousilhão, onde também há registo de avarias ou ligações muito ruidosas.
A contrastar com o que se passa no Mundo Rural, a PT reforça o acesso Wi-Fi em hotéis, centros comerciais e diversas cidades e até abre um call-center em Bragança, gerador de dezenas de postos de trabalho em regime de part-time.
Mesmo assim, não se pense que as falhas da empresa só acontecem nas aldeias. Ainda há bem pouco tempo, comerciantes da zona da Quinta da Braguinha, em Bragança, não tinham telefone fixo porque as ligações criadas inicialmente não eram suficientes para instalar novos telefones.
E o que dizer da TV Cabo disponibilizada aos habitantes de todo o distrito? Não é por cabo, como indica o nome e acontece na generalidade do País, mas por satélite, ficando a cargo do cliente a compra da respectiva antena.
A “TV Cabo por satélite”, de resto, é o espelho do serviço de 2ª ou 3ª que é prestado à população transmontana. O serviço de 1ª classe, para não variar, anda lá pelo litoral.