Mirandela deixou fugir o pássaro da mão

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Ter, 27/09/2005 - 17:31


Jogo no Estádio a Boa Morte, na Correlhã. Pelado muito bem tratado, tarde sufocante com sol de rachar, assistência muito acima da média e muito participativa.

Sem ser um jogo tacticamente, e muito menos tecnicamente perfeito, acabou por ser uma partida de futebol muito interessante, com emoção a rodos e muita incerteza durante todo o tempo regulamentar e de compensação.
A primeira incerteza, depois do golo madrugador de Luizinho, era se o Correlhã ia conseguir aguentar o ímpeto forasteiro e evitar a goleada, como a velocidade e atitude dos locais era cada vez mais forte, a incerteza passou a ser se conseguiam marcar ou não golos à forte formação trasmontana. Mais tarde se conseguiriam empatar e, finalmente, se haveria vencedor e quem seria.
Quer isto dizer que se defrontaram duas equipas muito diferentes, com os locais a utilizar as suas melhores armas, consubstanciadas na garra, improvisação, muita força de vontade, grande pulmão e um coração enorme, com que tentavam contrariar o forte adversário. E os forasteiros com a sua reconhecida técnica muito evoluída, excelente conjunto, com muitas unidades a desequilibrar, objectividade, poder de concretização, arte do futebol bem desenvolvido e de pé para pé, com grandes arquitecturas de deslumbre futebolístico, não esquecendo as chamadas jogadas de laboratório, a tentar contabilizar mais uma vitória
A sorte acabaria por ser quem decidiria o resultado do jogo, e embora se possa dizer que os locais não mereciam perder o jogo pela atitude com que mediram forças perante um adversário muito superior, os forasteiros acabam por ser pesadamente castigados com a perda de 2 pontos.
Independentemente de sentimentalismos, e cingindo-nos exclusivamente ao futebol, os trasmontanos, num campo muito difícil para controlar a redondinha e perante um adversário que não deixava jogar, deram uma demonstração cabal que são uma equipa a ter em conta. Não só no que diz respeito aos argumentos competitivos, mas acima de tudo na potencialidade de espectáculo. Uma equipa que com algo mais nos níveis de confiança e entrosamento, pode atingir estatuto de trituradora de pincelada deslumbrante.
Quanto ao trabalho do trio de árbitros, uma lição de como se pode deixar jogar futebol sem perder o controlo do jogo e jogadores.

Trio de Arbitragem da Associação de Futebol do Porto: Belarmino Aleixo, Jorge Silva, Célio Marques (classificação de 0 a 10 – 10)

Correlhã 4x2x4
Rui Miguel-3 (Tózé-6 int), Hélder-5 (cap), Festas-5, Nelson-5 (sub-cap), Pimenta-5, Márcio-5 (Bruno-4 66’), Damião-4, Alemão-6, Joel-5, Júlio-4 (Humberto-4 56’), Melo-4
Não utilizados: Abílio, Tó, Micael
Disciplina: C.A. a Bruno 79’, Joel 38’, Alemão 89
Melhor jogador: Alemão / Tózé
Técnico: Adriano Matos

Mirandela: 3x4x3
Menezes-4, Fábio Pinto-5 (sub-cap), Hugo Costa-4, Ramalho-6, Didácio-4, Sanny-6, Veiga-4, Rui Lopes-5 (cap), Cerejo-4 (Luís Moreno-4 69’), Luisinho-5 (Bernardino-4 48’), Eduardo-5
Não utilizados: Paulo Cunha, Loureiro, Jorge, Luís. Pinto
Disciplina: C.A. Cerejo 60’
Melhor jogador: Ramalho / Sanny
Técnico: Carlos Correia

Marcha do marcador: 0-2 ao intervalo – 0-1 Luizinho 5’, 0-2 Eduardo 42’, 1-2 Alemão 73’, 2-2 Joel 82’