MACEDO organiza Dia do Agricultor

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Ter, 31/05/2005 - 16:45


Macedo de Cavaleiros é um concelho, à semelhança dos seus vizinhos, de grande componente agrícola. Para mostrar que este sector está vivo no coração do Nordeste, a autarquia de Macedo de Cavaleiros e a Associação de Produtores de Protecção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro (APPITAD) organizaram o Dia do Agricultor, que anteontem decorreu naquela cidade.

O Dia do Agricultor teve duas componentes distintas. De manhã houve a realização de dois colóquios sobre a temática agrícola. O primeiro da responsabilidade de Albino Bento, professor da Escola Superior Agrária de Bragança, subordinado ao tema “Pragas e Doenças do Castanheiro”. Recorde-se que o castanheiro e o seu fruto estão profundamente enraizados na produção agrícola da parte norte do concelho, relação patente nas armas da cidade. Embora seja inquestionável as dificuldades que atravessa o sector, o castanheiro é a produção que mais rendimento assegura aos agricultores, daí a necessidade de proteger as culturas, seriamente ameaçadas pelas doenças conhecidas como cancro e tinta. Para tal, alguns conselhos foram distribuídos aos produtores durante o colóquio, nomeadamente a medida de protecção de não lavrar soutos que já estejam afectados, com o intuito de, não removendo as suas raízes, não contribuir para o alastramento das pragas.

Olivicultura já viu melhores dias

Ainda durante a manhã, realizou-se o segundo colóquio, este direccionado aos produtores de azeitona, com o tema “Comercialização e Marketing do Azeite” da responsabilidade de João Carapau, da empresa Terra Projectos. A olivicultura já viveu melhores dias e a testemunhá-lo está o facto de o litro de azeite, há 10 anos, ser pago ao produtor pelas cooperativas a cerca de 700$00 o litro, enquanto as jeiras se cifravam pelos 2.500$00 dia. Hoje, os valores pagos pelas cooperativas rondam os 2,5 euros por litro, enquanto as jeiras custam 35 euros por dia. Esta evolução que o sector viveu, e que tem levado a algum abandono de produção, só é possível de inverter com processos eficazes de comercialização do produto final. Esta realidade, porém, só será possível com uma reorganização integrada do sector, já que a produção apresenta bons níveis e de muito boa qualidade. E existem alguns exemplos, na região, de sucesso em termos de comercialização e imagem.
Os colóquios realizaram-se no auditório da Associação Comercial, que se revelou pequeno para as cerca de quatro centenas de participantes.

Camilo Mendonça homenageado

Depois de um almoço para cerca de 350 participantes, a parte da tarde do Dia do Agricultor guardou uma homenagem ao homem que mais trabalhou para o desenvolvimento do sector agro-alimentar em toda a região: Camilo Mendonça. Para o imortalizar, foi erguido um busto nas proximidades da Cooperativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros, património que Camilo Mendonça também ajudou a erguer, ao tempo com a designação de “grémio”. O presidente da AOTAD, Meneres Manso, que chegou a trabalhar com o homenageado, fez as honras da cerimónia.
Pela tarde realizou-se um “passeio” de máquinas agrícolas que juntou 78 participantes a dar a volta ao centro da cidade.
Como não poderia deixar de ser num evento que envolve agricultores, foi organizada uma chega de bois, que envolveram 10 touros e fizeram as delicias do público, mais de um milhar de pessoas, que acorreu ao Parque Municipal de Exposições.
Depois das lutas dos bois, foram sorteadas duas alfaias agrícolas entre os participantes da caravana de máquinas agrícolas. A sorte ditou que um escarificador fosse para Valdrês e uma caixa de carga fosse para um agricultor de Bornes.