Ter, 24/05/2005 - 16:33
A juventude desta mulher foi igual à de tantas outras. Esposa de um guarda-fiscal de província dividia o seu tempo a tratar dos filhos e dos trabalhos agrícolas.
No entanto, nunca abandonou a arte que sempre a fascinou e nos tempos livres trabalhava como costureira.
Este é o início da história de vida de uma mulher trasmontana, que figura entre as dez pessoas mais “velhas” do País.
Adosinda da Assunção Rodrigues, enviuvou já lá vão 60 anos, tinha 46 anos de idade. Ficou com duas filhas, oito netos, 15 bisnetos e três trinetos, uma família numerosa e espalhada pela Europa e Brasil.
Entre as várias aventuras da sua vida, a centenária fez, há duas semanas, uma viagem de avião do Brasil, para regressar à região que viu nascer.
Agora, a dona Adosinda, como é conhecida na aldeia de Peredo de Bemposta, onde actualmente reside com outra filha e onde é visitada por muitos amigos e familiares, que admiram de perto a energia diária desta mulher de 106.
Croché preenche
tempos livres
O Jornal NORDESTE visitou a senhora e encontrou-a de linha enfiada a fazer croché, aproveitando o sol de uma tarde de Primavera.
Segundo uma das suas filhas, a centenária ainda come bem à refeição, bebe o seu copinho de vinho e nunca foi preciso tratamento médico ou hospitalar, também não temos relatos de que tenha tomado medicamentos para qualquer enfermidade.
“A minha mãe é muito asseada. O único trabalho que me dá é acompanha-la durante a noite à casa de banho, de resto lá vai andando sozinha”, confessa uma das suas filhas.
Apesar da memória já não ser o ponto forte de dona Adosinda sempre se vai lembrando das viagens que fazia para o Brasil, já que de vez quando se deslocava lá para assistir a festas familiares, como é o caso do casamento dos netos.
Nesta última deslocação garante que tudo coreu bem e mostrou-se animada na presença dos seus familiares.