Ervedosa aposta na agricultura biológica

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Ter, 28/06/2005 - 18:19


A agricultura biológica esteve em destaque na VII Feira de Produtos da Terra, que decorreu em Ervedosa, no concelho de Vinhais.

Ano após ano, os produtos caseiros são o prato do certame, mas esta foi a primeira vez que o evento contou com um expositor de frutas e legumes biológicos, com modo de produção certificados por uma empresa da especialidade.
A ideia partiu de Celina Pereira, uma agricultora de Ervedosa que se dedica à produção de coentros, manjericão e salsa sem quaisquer tipo de adubo ou nutrientes.
Este modo de produção valeu-lhe, em Janeiro passado, a autorização para rotular os hortícolas de acordo com as normas dos produtos de agricultura biológica, obedecendo aos critérios da SOCERT, uma empresa de certificação ecológica.
Depois da aposta nos legumes, Celina Pereira começou a produzir morangos biológicos, cujo sabor é totalmente diferente dos frutos que saem das estufas e crescem à custa de adubos químicos.
Os custos de produção são ligeiramente mais altos, mas a agricultora está confiante na qualidade da mercadoria que é posta à venda. “Não tem nada a ver com a fruta e os legumes das estufas, mas é difícil competir com os produtos que vêm de fora e são postos à venda a preços muitos mais baixos”, reconhece Celina Pereira.

60 anos de forja

Mas, nem só de produtos da terra se fez a feira que decorreu anteontem em Ervedosa. Entre azeite, licores, pão caseiro, mel e doçaria, o Jornal NORDESTE foi encontrar alfaias agrícolas feitas à mão, miniaturas de motas ou carros e antiguidades.
Comecemos pelos utensílios agrícolas, totalmente concebidos por Armando Costa, que há 60 anos se dedica à forja e ao tratamento do ferro. Na sua oficina de Ervedosa, as alfaias, chaves, dobradiças e puxadores de porta ou portão são produzidas à moda antiga, tal como se podia ler no letreiro da banca que o artesão montou na VII Feira dos Produtos da Terra. “A arte de bem trabalhar o ferro em 60 anos de experiência”, sentenciava a placa.
Mesmo ao lado, Alberto José Poinho exibia miniaturas de motas, carros, aviões e juntas de bois feitas a partir de madeira, lata ou arame. Mas não só, porque os bonecos, as miniaturas ligadas ao ciclo do linho e diversas antiguidades, como grafonolas e gira-discos, encarregavam-se de despertar as atenções dos visitantes.