Crise afecta artesanato

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Ter, 14/06/2005 - 17:19


Os artesãos que expuseram as suas peças no III Encontro de Artes Tradicionais de Bragança queixam-se que as vendas foram muito reduzidas.

Esta iniciativa, que decorreu no passado fim-de-semana, na Praça Camões, teve a participação de 15 stands, que representaram o artesanato característico da região transmontana.
Os bordados, a tapeçaria, a pintura, a cestaria e os trabalhos manuais em madeira preencheram o III Encontro de Artes Tradicionais.
João Baptista trabalha a madeira há sete anos e conta que esta feira “correu mesmo muito mal”. O artesão considera que, apesar da Praça ter boas condições, o certame devia ser realizado num local mais movimentado, para atrair mais visitantes.
A artesã Josefa Rodrigues também se queixa das vendas reduzidas. “Não se vendeu quase nada. Apesar de haver poucos forasteiros, aqueles que vinham não compravam, só viam”, salienta a artesã.
Josefa Rodrigues confessa que se dedica aos bordados há cerca de um ano, altura em que estava desempregada e resolveu frequentar um curso de artesanato da Junta de Freguesia da Sé (JFS).
Já Ana Gomes, apaixonada pelo artesanato desde os 12 anos de idade, refere que “a feira até correu bem em termos de vendas”.
A artesã já frequentou diversos cursos de artesanato, nomeadamente um curso de do Ensino Recorrente e está, agora, a dar os primeiros passos na divulgação dos seus trabalhos de pintura. No entanto, considera utópico viver, exclusivamente, do artesanato, porque “é uma actividade que não dá dinheiro”.

Idosos expõem
trabalhos manuais

Este ano, o certame contou com a presença dos trabalhos manuais criados por utentes das Instituições Particulares de Solidariedade Social da cidade, que expuseram os objectos no pavilhão da JFS.
No certame estiveram presentes os artesãos mais antigos do distrito de Bragança, juntamente com aqueles que se dedicam ao artesanato há cerca de um ano.
Segundo o presidente da JFS, Paulo Xavier, “este encontro é um misto de saberes, visto que é o culminar do trabalho daqueles que aprenderam a fazer artesanato nos cursos levados a cabo pela Junta de Freguesia e pelo Ensino Recorrente, juntamente com os tradicionais artesãos da região”.
Os cursos de artesanato levados a cabo por estas instituições procuraram inserir no mercado de trabalho pessoas desempregadas, principalmente na casa dos 35 anos, que actualmente já conseguem obter algum rendimento, através da venda de objectos produzidos manualmente.