Comerciantes criticam Festas

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Ter, 30/08/2005 - 14:34


Os comerciantes do centro de Bragança afirmam que, desde que as Festas da Cidade passaram a ser concentradas no Parque Eixo Atlântico, o negócio tem vindo a diminuir de forma preocupante.

Este ano não fugiu à regra, pelo que os empresários sugerem que também sejam realizados concertos mais pequenos na Praça Camões e no Parque da Estação, para animarem o centro da cidade e, ao mesmo tempo, cativarem os visitantes.
Recorde-se que o mês de Agosto, que coincide com a realização das Festas da Cidade, representa uma época alta para os comerciantes, principalmente para os donos de cafés e restaurantes, que acabam por aumentar o volume de vendas.
Os empresários hoteleiros notam que há mais gente a circular na cidade, mas dizem-se prejudicados com o local da realização dos concertos, uma vez que, à noite, a cidade fica “deserta”.

Reivindicada descentralização

“Durante o dia ainda se ia trabalhando, mas à noite não se via um pé de pessoa na cidade. Se a animação estivesse distribuída por vários palcos, as pessoas iam circulando e a cidade ganhava mais vida”, salienta Sérgio Gonçalves, proprietário de um café na rua Almirante Reis.
Esta opinião é partilhada pela maioria dos empresários da restauração e bares, que fazem um balanço negativo das festas, referindo-se aos euros que conseguiram facturar. Ou seja, os comerciantes lamentam que as festas bragançanas, que trazem à cidade milhares de visitantes, não sejam aproveitadas para desenvolver a economia local.
Por sua vez, a Comissão Organizadora das Festas da Cidade faz um balanço positivo desta iniciativa e realça que o melhor recinto para os concertos é, de facto, o Parque do Eixo Atlântico.

Organização aposta
na modernização

Segundo Isabel Lopes, vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Bragança e membro da Comissão Organizadora, no centro da cidade não há espaço para a realização dos concertos, pelo que a autarquia optou por animar a Praça Camões e o Corredor Verde do Fervença durante o mês de Julho. “Nem todos os grupos tocam num palco qualquer, eles exigem determinadas condições ao nível da logística que só são possíveis no parque do Eixo Atlântico”, realçou a vereadora.
Isabel Lopes acrescentou, ainda, que “no dia do Arraial também decorreram espectáculos na Praça Camões, com a actuação de grupos da terra, mas a adesão do público foi reduzida”.
No que toca ao balanço, o arraial, o fogo de artifício e a tradicional procissão foram os momentos altos das Festas, e os atraíram mais gente à capital do Nordeste Transmontano.